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Estudo diz que PIB de emergentes superará de ricos em 2030

Brasília - A participação dos países emergentes no Produto Interno Bruto (PIB) mundial passou de 38%, em 2000, para 49% neste ano e deverá atingir 57%, em 2030. A conclusão é do relatório Perspectivas sobre o Desenvolvimento Mundial 2010 – Deslocamento da Riqueza, divulgado hoje (16), pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - A participação dos países emergentes no Produto Interno Bruto (PIB) mundial passou de 38%, em 2000, para 49% neste ano e deverá atingir 57%, em 2030. A conclusão é do relatório Perspectivas sobre o Desenvolvimento Mundial 2010 – Deslocamento da Riqueza, divulgado hoje (16), pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). As informações são da BBC Brasil.

Pelo estudo, o número de países emergentes passou de 12 para 65. Houve um aumento de mais de cinco vezes, na década de 2000. A OCDE define como países emergentes as economias cujo crescimento econômico médio por habitante equivale a mais do que o dobro do registrado nos países ricos da OCDE, que foi de 3,75%, nos anos 90, e de 3%, nos anos 2000.

Os países em desenvolvimento já representam 37% do comércio mundial. Cerca da metade dessas trocas é constituída de fluxos entre países do Sul. A China é o país em desenvolvimento que mais investe no exterior. Segundo estimativas, o montante desses investimentos ultrapassa US$ 1 trilhão.

O relatório não especifica, no entanto, em que ano a contribuição dos emergentes no PIB mundial deve passar a ser maior do que a dos países ricos. Mas avalia as transformações estruturais na economia mundial nos últimos 20 anos, que transferiram o "centro de gravidade econômico do planeta" em direção ao Leste e ao Sul do globo – dos países ricos que integram a OCDE para os países emergentes – fenômeno que a organização chama de "deslocamento da riqueza".

O PIB da China e da Índia cresceu, na década de 2000, de três a quatro vezes mais do que a média dos 31 países que integram a OCDE. No mesmo período, o número de países pobres foi reduzido em mais da metade, de 55 para 25. O estudo divide o mundo em quatro grupos: países ricos, convergentes (emergentes), em dificuldade e pobres.

O relatório aponta que há dois períodos distintos em termos de crescimento econômico. Para a maioria das economias em desenvolvimento, os anos 90 representaram uma nova "década perdida", dificultada pelas crises financeiras. A América Latina foi uma das regiões mais atingidas, pois as reformas adotadas praticamente não permitiram o crescimento econômico, e também a África, onde a economia continuou estagnada.

Mas, nos anos 2000, a maior parte dos países em desenvolvimento registrou a primeira década de forte crescimento. Segundo o relatório, isso ocorreu em razão da abertura econômica de países como a China, a Índia e a Rússia, iniciada nos anos 90 e que produziu um "choque" em termos de mão de obra no mercado mundial.

O crescimento dos países emergentes também estimulou a demanda por inúmeros produtos, sobretudo petróleo e metais industriais, transferindo a riqueza para os exportadores de matérias-primas.

Os Estados Unidos se tornaram o maior devedor mundial. No final de 2009, mais da metade dos títulos do tesouro americano (57,8%) estava nas mãos de países que não integram a OCDE, como a China, o Brasil, a Rússia e os que são exportadores de petróleo.

A China, incluindo Hong Kong, detém mais de US$ 1 trilhão em títulos da dívida americana (mais de um quarto do total), o que corresponde a 24% do PIB dos Estados Unidos. O Brasil detém US$ 169 bilhões, o que equivale a 4,6% do total.

O comércio e os investimentos diretos estrangeiros (ligados às atividades produtivas), nas novas relações Sul-Sul, também ganharam importância e representam uma tendência que irá continuar, afirma a OCDE.

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