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Estudo afirma que decreto de Trump não evita terrorismo

Nas palavras do republicano, o alvo dessas medidas é proteger o povo americano do "islamismo radical", mas o estudo contesta a eficácia da medida

Trump: "O perigo procede quase exclusivamente de americanos que já estão no país, não de refugiados ou estrangeiros" (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: "O perigo procede quase exclusivamente de americanos que já estão no país, não de refugiados ou estrangeiros" (Kevin Lamarque/Reuters)

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EFE

Publicado em 7 de fevereiro de 2017 às 21h47.

Chicago - O decreto migratório que proíbe a entrada de cidadãos de várias nações muçulmanas nos Estados Unidos não evitará a ameaça de atentados do Estado Islâmico (EI) no país porque os seguidores do grupo já cruzaram a fronteira ou são americanos, indicou um estudo da Universidade de Chicago.

"O rosto americano do Estado Islâmico", elaborado pelo Projeto sobre Segurança e Ameaças da Universidade de Chicago, contradiz a crença de que os jihadistas são pessoas jovens, solteiras, sem educação, isoladas e desempregadas.

No último dia 27 de janeiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, divulgou uma ordem executiva para impedir a entrada de refugiados de todo o mundo e também a emissão de vistos para cidadãos de Líbia, Sudão, Somália, Síria, Iraque, Irã e Iêmen.

Nas palavras do republicano, o alvo dessas medidas é proteger o povo americano do "islamismo radical", mas o estudo contesta a eficácia da medida.

"A ameaça terrorista está mudando", afirmou Robert Pape, um dos especialistas que analisou os 112 casos de pessoas processadas nos EUA por crimes relacionados com o Estado Islâmico entre março de 2014 e agosto de 2016.

"O perigo procede quase exclusivamente de americanos que já estão no país, não de refugiados ou estrangeiros", completou Page, que é professor de Ciências Políticas na Universidade de Chicago.

Dois terços dos simpatizantes do EI analisados pelo estudo nasceram nos EUA, outros 20% eram naturalizados e somente três tinham status de refugiados (dois da Bósnia e um do Iraque), afirmou o estudo. A média dos acusados era de 27 anos. A maior parte era casado ou tinha um relacionamento amoroso. Quase dois terços deles trabalhavam e tinham curso superior.

O estudo afirma, além disso, que a maioria se converteu ao islamismo nos EUA e se radicalizou vendo vídeos de propaganda do EI, com centenas de execuções e conferências de líderes terroristas.

Pape, que comandou o projeto, diz no estudo que as autoridades dos EUA devem tentar entender a estratégia de propaganda do EI para lutar contra os métodos de recrutamento e radicalização do grupo.

"De nada vale o fechamento das fronteiras para os refugiados e os visitantes de países islâmicos. Esses polêmicos decretos podem distrair as autoridades das ameaças terroristas reais", afirmou.

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