Chile: "Sairemos às ruas novamente. A educação chilena não pode ser vendida, ela se defende!" (Luis Acosta / AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2016 às 14h59.
Um dia depois do envio ao Congresso chileno do projeto de lei que estabelece a gratuidade em nível universitário, centenas de estudantes protestaram em Santiago contra uma iniciativa que eles consideram que mantém as bases do sistema educacional atual.
Sem permissão para uma passeata, os estudantes decidiram protestar nesta terça-feira em vários pontos de Santiago, concentrados em torno do palácio presidencial de La Moneda, fortemente vigiado pelas forças especiais da polícia chilena.
Eles conseguiram parar o tráfego por alguns minutos na avenida central Alameda, restabelecido pouco depois pela polícia, que utilizou jatos de água.
"Sairemos às ruas novamente. A educação chilena não pode ser vendida, ela se defende!", cantavam grupos de estudantes na frente do palácio do governo, um dia depois de a presidente Michelle Bachelet enviar ao Congresso um projeto de lei que estabelece educação gratuita no ensino superior.
Mas a gradualidade do projeto e os prazos difusos de implementação não deixaram os estudantes satisfeitos, que também se sentem excluídos da elaboração do projeto.
"Há muitas razões pelas quais os estudantes se mobilizam no Chile", diz uma mensagem no Twitter da Confederação de Estudantes do Chile (CONFECH).
A lei enviada por Bachelet estabelece a gratuidade para 60% dos estudantes mais pobres até o final do seu mandato (2018), e depois, estabelece um conjunto de condições econômicas para alcançar a gratuidade universal.
O projeto mantém a coexistência de universidades públicas com as privadas, bem como o atual sistema de empréstimos e subvenções para financiar os estudos.