Pessoas protestam em Guerrero: forças federais já haviam assumido o controle de duas cidades onde os estudantes desapareceram (Jorge Dan Lopez/Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2014 às 05h44.
Cidade do México - Os alunos da escola rural para professores, a mesma dos 43 estudantes que desapareceram em setembro, anunciaram nesta quarta-feira que farão uma caravana nacional de protesto e para informar a população sobre a situação no estado de Guerrero, no sul do México.
O estudante Omar García informou em entrevista coletiva na Escola Normal Rural de Ayotzinapa que a caravana, que também contará com familiares dos desaparecidos e organizações civis, se dividirá a partir de amanhã em três contingentes distintos para percorrer os estados do norte e do sul do país, e o próprio estado de Guerrero.
Os três grupos se encontrarão na Cidade do México no dia 20 de novembro, data em que é lembrada a Revolução Mexicana, disse García.
O desparecimento dos estudantes acabou gerando manifestações violentas em todo o país. O Conselho Coordenador Empresarial (CCE) de Guerrero informou que os prejuízos causados pelos protestos foram superiores a 55 milhões de pesos (US$ 4 milhões).
Apesar de a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter anunciado que os estudantes foram assassinados, o movimento '43x43. Nem mais um desaparecido' considerou hoje que existe 'a possibilidade de encontrar com vida os estudantes', ao se basear no relatório divulgado ontem pelos peritos argentinos que foram contratados pelos familiares.
A Equipe Argentina de Antropologia Forense afirmou ontem que as análises feitas nos cerca de 30 corpos, encontrados em valas clandestinas na cidade Iguala, determinaram que os restos não são dos estudantes desaparecidos.
'É uma luz de esperança para os parentes e para todo o México', opinou José Alcaraz, dirigente deste movimento que realizou uma marcha de Iguala à Cidade do México em solidariedade aos estudantes desaparecidos.