Simpatizantes de Chávez: os estudantes exigem saber se Chávez está em condições de seguir no cargo que ocupa desde 1999, para o qual foi reeleito até o ano 2019 nas últimas eleições de outubro. (AFP/ Juan Barreto)
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2013 às 16h11.
Caracas - Um grupo de universitários venezuelanos, o mesmo que organizou uma manifestação em frente à Embaixada de Cuba na Venezuela na última semana, ameaçou realizar um outro protesto nesta quinta-feira no hospital de Caracas, onde o presidente Hugo Chávez segue internado, para exigir que o mesmo apareça.
"Assim como exigíamos que Chávez voltasse à Venezuela, exigimos que ele dê as caras", afirmou a dirigente universitária Gabriela Arellano.
"Se nas próximas horas ele não aparecer, o movimento estudantil se dirigirá ao Hospital Militar para saber claramente se ele passa bem e também se possui capacidade de governar", completou a estudante.
Neste aspecto, os estudantes exigem saber se Chávez está em condições de seguir no cargo que ocupa desde 1999, para o qual foi reeleito até o ano 2019 nas últimas eleições de outubro. Caso contrário, eles defendem a ativação do mandato constitucional sobre as faltas temporárias e absolutas do chefe de Estado.
Em declarações aos jornalistas, Gabriela também convocou todos os estudantes a se manifestar "a partir da próxima segunda-feira" para reivindicar uma nova eleição presidencial, caso Chávez esteja impedido definitivamente de seguir governando.
Na mesma entrevista, o também dirigente estudantil José Vicente García afirmou que os integrantes do grupo opositor estimam que o vice-presidente do Executivo, Nicolás Maduro, e o titular do Parlamento, Diosdado Cabello, "querem ficar" com o governo.
"Hoje estamos fazendo duas exigências ao Governo: que mostre o presidente Chávez e que diga ao país em que situação ele se encontra. Necessitamos saber se o presidente tem ou não condições físicas para assumir as funções presidenciais", insistiu García.
Segundo o dirigente universitário, graças à ação dos universitários na embaixada de Cuba, iniciada no último dia 14, o governo "mostrou fotos" de Chávez na última sexta-feira, quatro dias antes do presidente afirmar via Twitter que tinha retornado de Cuba, onde permaneceu hospitalizado desde o último dia 10 de dezembro para realizar um tratamento contra o câncer, detectado em junho de 2011.
De acordo com a última informação oficial, emitida na última sexta-feira, o presidente venezuelano respira através de uma cânula traqueal, enquanto recebe um "enérgico tratamento". Segundo este boletim, "Chávez não está isento de complicações".