Primeiro-ministro, David Cameron: o recém-eleito primeiro-ministro se comprometeu a obter reformas dentro da UE (REUTERS/Neil Hall)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2015 às 10h04.
A maioria dos cidadãos da União Europeia residentes no Reino Unido não poderão votar no referendo britânico sobre uma eventual saída do bloco dos 28, que Londres quer organizar até o fim de 2017, indicou nesta segunda-feira o governo.
A norma para a celebração desta consulta será apresentada na quinta-feira no Parlamento, em plena campanha diplomática do primeiro-ministro conservador David Cameron para obter uma reforma da UE.
Em um comunicado, seu gabinete indicou que as listas eleitorais do referendo se basearão "nas das eleições legislativas", realizadas recentemente.
Nestas eleições, a maioria dos cidadãos dos demais países da UE não poderão votar, já que apenas os britânicos maiores de 18 anos e os residentes da Irlanda e de países membros da Commonwealth, entre eles Malta e Chipre, têm direito ao voto.
Ao se tratar de uma decisão "sobre o futuro do Reino Unido, pensamos que é importante que os cidadãos britânicos, irlandeses e da Commonwealth sejam os que decidem", declarou uma fonte do gabinete do chefe de governo.
O parlamentar conservador Liam Fox comemorou esta decisão, já que, para ele, permitir o voto dos cidadãos da UE representaria uma dissolução inaceitável da voz do povo britânico.
O recém-eleito primeiro-ministro se comprometeu a obter reformas dentro da UE em temas como a imigração, as condições de acesso às ajudas sociais e a possibilidade de rejeitar uma maior integração europeia, antes de convocar o referendo.
Para isso, Cameron inicia esta semana uma campanha diplomática com os dirigentes da UE.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, participará nesta segunda-feira de "um jantar de trabalho" com ele em Chequers, a residência de campo do chefe de Governo.
A partir de quinta-feira, o primeiro-ministro britânico visitará uma série de capitais europeias para se reunir com os presidentes de Dinamarca, Holanda, França, Polônia e Alemanha para tentar obter o apoio as suas reformas da UE.
A intenção de Cameron é falar com todos os seus sócios do bloco antes de uma cúpula europeia prevista para o fim de junho.