São Paulo – Uma nova pesquisa mostra que, no geral, a imagem dos Estados Unidos perante o mundo é positiva. Há, contudo, um punhado de países que detestam o país liderado pelo presidente Barack Obama. A não ser que o assunto seja a atuação dos americanos no combate aos avanços do Estado Islâmico (EI).
Intitulada “America’s Global Image”, a pesquisa é produzida pelo Pew Research Center, uma organização independente que é formada por especialistas de diferentes áreas que se dedicam ao estudo dos acontecimentos políticos, sociais e econômicos, e faz parte um estudo global que teve como objetivo avaliar o grau de apoio do governo americano em 39 países.
De acordo com os resultados obtidos pela organização, 69% dos países pesquisados têm uma opinião favorável em relação aos Estados Unidos, enquanto que 24% enxergam o país de forma desfavorável.
E o local que mais detesta os ianques é a Jordânia. Segundo a pesquisa, 83% dos entrevistados no país expressaram sentimentos negativos, enquanto que apenas 14% enxergam coisas boas nos EUA.
Em segundo lugar está a Rússia, onde 81% da população se manifestou contra o país e, em seguida, na terceira posição e com 70% de opiniões negativas, estão as pessoas que vivem nos territórios palestinos. Em quarto e com 62%, estão os paquistaneses e, em quinto, com 60%, os libaneses.
EUA x EI
Quando o assunto é a atuação dos Estados Unidos em relação às ameaças do grupo Estado Islâmico (EI), contudo, este quadro muda de figura.
Na Jordânia, um dos países que fazem fronteira com a Síria e o Iraque e que, portanto, está exposto ao problema, 77% das pessoas disseram apoiar a liderança americana na coalizão que vem bombardeando posições dos jihadistas.
A população dos territórios palestinos e os libaneses seguem esta linha. Entre os palestinos, 53% se manifestou a favor, enquanto que no Líbano, que assim como a Jordânia também está vulnerável ao EI, esta percentagem sobe para 78%.
Já na Rússia, que está a milhares de quilômetros de distância deste problema, só 14% da população declarou ser favorável às ações americanas contra os extremistas.
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1. Caos e desordem
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1/12 (Sean Pavone / ThinkStock)
São Paulo – A próxima década no mundo promete ser bagunçada. É o que prevê a edição 2015 do
“The Decade Ahead”, um estudo produzido a cada cinco anos desde 1996 pela
Stratfor Global Intelligence, consultoria dedicada a assuntos geopolíticos. Nele, dezenas de especialistas investigam as tendências futuras para o cenário internacional nas diferentes regiões do planeta e fazem previsões arrepiantes sobre como estará costurado o panorama político e econômico global em 2025. Na visão da consultoria, enquanto a
União Europeia deve começar a operar de forma fragmentada, a crise entre Rússia e Ucrânia continuará no centro das atenções no âmbito mundial. A
Turquia, por sua vez, surgirá como potência regional, já que acabará se envolvendo nos conflitos que acontecem à sua porta. Na
Ásia, a
China segue no papel de potência econômica, mas não será mais uma força catalisadora de crescimento. Tal posição, enxerga a Stratfor, será assumida por ao menos 16 países. No que diz respeito às forças militares, veremos a ascensão do
Japão como líder dominante no leste. “Será um mundo confuso, com mudanças de liderança em muitas regiões”, prevê a consultoria. O que não deve mudar é o poder
Estados Unidos, que estará mais maduro, será menos visível e bem menos utilizado na próxima década. Vale lembrar que nestes quase vinte anos de previsões, a consultoria teve acertos e erros. “Antecipamos a inabilidade da Europa em sobreviver a crise econômica e o envolvimento dos EUA na guerra jihadista”, lembra a Stratfor. “Mas falhamos em não prever o 11 de setembro e, ainda mais importante, qual seria a intensidade da resposta americana”. EXAME.com vasculhou a análise da consultoria e expõe aqui algumas de suas previsões mais alarmantes. Resta aguardar para conferir quais delas se tornarão realidade. Veja nas imagens.
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2. Os Estados Unidos mais discretos
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2/12 (U.S. Army/Flickr/CreativeCommons)
De acordo com a Stratfor, os Estados Unidos seguirão firmes como potência econômica, política e militar. Contudo, o país irá interferir menos no contexto internacional que nos últimos anos. “As experiências do passado irão fazer com que o país seja mais cauteloso quanto ao seu envolvimento econômico e militar no resto do mundo”. Na visão da consultoria, os EUA enfrentarão ameaças estratégias de maneira mais proporcional, “mas não assumirão o papel de socorrista que exerceu nos últimos anos”.
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3. O colapso da Rússia
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3/12 (Toxawww / ThinkStock)
“É improvável que a Rússia sobreviva da forma como conhecemos”, diz a consultoria. Até hoje, o país foi incapaz de conseguir usar as receitas obtidas no setor de energia para transformar a sua economia em autossustentável, fato que a deixa ainda mais vulnerável. E é ai que mora o perigo, analisa a Stratfor: o governo não irá conseguir manter a sua estrutura nacional e regiões menores do país podem vir a formar alianças para sobreviver. Como resultado, a influência de Moscou deve murchar, abrindo um vácuo de poder. “E o que existirá neste vácuo serão pequenos fragmentos da Federação Russa”.
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4. Uma nova crise nuclear começa a se delinear
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4/12 (DOE/Time Life Pictures/Getty Images)
O enfraquecimento da Rússia trará à tona um problema ainda mais grave do ponto de vista internacional. Segundo a Stratfor, o país conta com um poderoso arsenal nuclear, distribuído em diferentes partes de seu território, mas o declínio do poder de Moscou deixará uma pergunta: quem irá controlar todos estes mísseis? Novamente deve entrar em cena o poder de interferência dos Estados Unidos, mas a consultoria alerta que será praticamente impossível monitorar todo o arsenal. “Os EUA terão de aceitar a ameaça que isso pode representar ou tentar criar um ambiente de estabilidade econômica nas regiões envolvidas para minimizar estas ameaças ao longo do tempo”.
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5. Polônia entra na primeira divisão
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5/12 (Thinkstock/ViewApart)
No meio de uma confusão de crises econômicas e políticas, a Polônia virá a galope para assumir sua posição entre os países mais influentes na Europa. Na visão da consultoria, a Polônia observou um impressionante crescimento econômico nos últimos anos, com a vantagem de que, embora sua população também venha a retrair, esta retração não acontecerá no mesmo ritmo de outros países europeus. Mas a Stratfor vê mais transformações na Polônia: o país deve se consolidar como uma espécie de líder de uma coalizão mobilizada contra a Rússia e, em um segundo momento, esta aliança poderá influenciar o redesenho das fronteiras russas. “A Polônia ainda se beneficiará da parceria com os Estados Unidos”, prevê a consultoria, “e sempre que uma potência global se relaciona com um parceiro estratégico, é de seu interesse que a economia deste parceiro seja a mais vigorosa possível”. Ou seja...
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6. As "novas Europas"
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6/12 (Emmanuel Dunand/AFP)
De acordo com a Stratfor, a União Europeia deve desmantelar nos próximos anos e é possível que surjam quatro pequenos blocos de países unidos entre si na defesa de seus interesses: Europa Ocidental, Leste Europeu, Escandinávia e outro composto pelas ilhas britânicas. Isto porque, segundo a consultoria, nenhuma política do bloco serve para toda a Europa. Como resultado, “o que beneficia uma parte, traz prejuízos para outras”. Neste movimento, o surgimento de ondas nacionalistas deve contribuir ainda mais para esta fragmentação. “A União Europeia poderá sobreviver de alguma maneira, mas a economia europeia, suas relações políticas e militares serão governadas por relações bilaterais ou multilaterais de pequeno porte”, prevê a consultoria.
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7. Turquia assume as rédeas no Oriente Médio
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7/12 (Umit Bektas/Reuters)
Enquanto seus vizinhos enfrentam ameaças de grupos jihadistas e movimentos insurgentes, a Turquia será forçada a olhar para o sul de sua fronteira. Seu envolvimento, contudo, se dará lentamente e será da menor intensidade possível. “A Turquia não conseguirá suportar anos de caos em suas fronteiras e não haverá outro país para carregar este fardo”, diz a consultoria. A Stratfor leva ainda a força da Turquia para além do Oriente Médio e em direção ao Mar Negro: com o enfraquecimento da Rússia, os turcos irão investir esforços comerciais e políticos nesta região. Além disso, espera-se que o país aumente sua concentração nos Balcãs. Mas antes que isso tudo possa acontecer, lembra a Stratfor, é preciso que a Turquia arrume a sua casa para encontrar o equilíbrio, especialmente por conta do fato de que, ao mesmo tempo em que é um país secular, é também um país muçulmano.
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8. A China terá problemas
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8/12 (REUTERS/Kim Kyung-Hoon)
O vigoroso crescimento chinês finalmente começa a dar sinais de normalização, prevê a Stratfor. O problema, daqui pra frente, será como a China irá lidar com as consequências políticas e sociais desta normalização, uma vez que, depois de anos investindo na sua região costeira, o país terá de expandir seus investimentos em infraestrutura para o interior. Este movimento de transferência de riqueza deve fazer surgir um sentimento de descontentamento nas cidades costeiras e que pode vir a se tornar uma rebelião contra Pequim. Para manter o controle sobre a situação, o Partido deve se tornar ainda mais opressor no cenário interno, aumentando a centralização política econômica e incentivando o sentimento nacionalista.
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9. China perde posto de potência econômica para 16 outros países
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9/12 (Divulgação/Anaide Gregory Studio)
Com a diminuição do ritmo de crescimento econômico na China, fabricantes de todo o mundo devem levar seus investimentos para outros 16 países nos quais ainda será possível obter salários ainda mais baixos para a mão de obra e outras vantagens. Entre eles,
cita a Stratfor, está o México, a Nicarágua, o Peru, além de países africanos como Uganda, Quênia e Etiópia.
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10. Japão e China na disputa no Mar do Sul da China
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10/12 (Bloomberg)
Levando em conta previsões de que a Rússia estará enfraquecida nos próximos anos e que a China se tornará cada vez mais nacionalista, a Strartfor prevê que o país pode tentar abocanhar o controle de áreas marítimas que um dia foram de interesse russo no Mar do Sul da China. E é aqui que nasce outro problema: o Japão dificilmente deixará que seus vizinhos chineses aumentem a influência marítima na região. A China tem o poder para construir uma grande frota naval. Contudo, lembra a Stratfor, tem pouca experiência em disputas navais e poucos comandantes capazes de desafiar marinhas tradicionais, como os Estados Unidos e o próprio Japão.
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11. Japão se tornará uma potência naval
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11/12 (Takenobu / ThinkStock)
Nesta disputa marítima entre Japão e China, a Stratfor lembra que os japoneses tem toda a condição de construir uma marinha maior que a dos chineses, além de ter uma tradição naval respeitável. “O Japão irá aumentar seu poderio naval”, prevê a consultoria. E fará isso não apenas para lidar com disputas com a China, mas também para assegurar a estabilidade de suas importações, uma vez que é altamente dependente da importação de materiais do Oriente Médio e do sudeste asiático. Atualmente, contudo, conta com os Estados Unidos na mediação destas relações. Com a diminuição da interferência americana no contexto internacional, caberá ao Japão assumir as rédeas de seus interesses.
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12. Agora veja como está a crise de refugiados
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12/12 (Juan Medina / Reuters)