Nicolás Maduro: decisão da expulsão dos funcionários americanos foi anunciada ontem pelo presidente venezuelano (Juan Barreto/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de outubro de 2013 às 16h52.
Washington - O governo dos Estados Unidos rejeitou nesta terça-feira sua participação em qualquer "conspiração para desestabilizar o governo venezuelano" e indicou que avalia tomar "ações recíprocas" perante a expulsão de três funcionários americanos de sua embaixada em Caracas.
Em sua entrevista coletiva diária, a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Jen Psaki, afirmou que, segundo a convenção de Viena sobre relações diplomáticas, o governo americano "pode tomar ações recíprocas", embora "ainda" não tenha "considerado que ações" seriam essas.
No entanto, Jen fez questão de reiterar que os EUA "rejeitam completamente sua participação em qualquer conspiração para desestabilizar o governo venezuelano".
Além disso, a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA indicou que "o governo venezuelano entregou uma notificação diplomática na última noite para declarar como "persona non grata" a encarregada de negócios Kelly Keiderling e outros dois funcionários, dando o prazo de 48 horas para todos "abandonarem o país".
Keiderling é a funcionária de maior categoria na legação dos Estados Unidos, depois que ambos os países reduzissem suas relações diplomáticas ao nível de encarregados de negócios no final de 2010.
Os outros dois funcionários americanos são Elizabeth Hoffman, que trabalha na seção política, e o vice-cônsul Dave Moo.
Já a embaixada da Venezuela em Washington está liderada atualmente por Calixto Ortega, também com categoria de encarregado de negócios.
A decisão da expulsão dos funcionários americanos foi anunciada ontem pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que assinalou ter informações que vinculavam Kelly e os outros dois diplomatas "a conspirações para desestabilizar" o governo da Venezuela.
A relação entre EUA e Venezuela voltou a ser alvo de polêmicas nos últimos meses depois que uma tentativa de aproximação, simbolizada com uma reunião entre seus respectivos chanceleres, John Kerry e Elias Jaua, durante a última Assembleia da OEA, não se frutificou.