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Estados Unidos deixam pacto sobre armas nucleares com a Rússia

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, informou que o país deixará o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário no dia 2 de fevereiro

EUA-Rússia: a saída completa do acordo pode ser feita dentro de seis meses, informou Pompeo (Jorge Silva/Reuters)

EUA-Rússia: a saída completa do acordo pode ser feita dentro de seis meses, informou Pompeo (Jorge Silva/Reuters)

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Reuters

Publicado em 1 de fevereiro de 2019 às 12h02.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2019 às 12h10.

Pequim/Moscou - Os Estados Unidos não respeitarão mais um pacto nuclear histórico com a Rússia a partir do próximo final de semana, já que a tentativa derradeira de conversas com Moscou fracassou, disse uma autoridade sênior de armas dos EUA nesta quinta-feira.

Washington acusa a Rússia há tempos de descumprir o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário de 1997, alegando que o novo míssil russo Novator 9M729, chamado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de SSC-8, viola o pacto, que proíbe os dois lados de instalarem mísseis terrestres de alcance curto e intermediário na Europa.

A Rússia nega, dizendo que o alcance do míssil o exclui do tratado, acusando os EUA de inventarem um pretexto para se desligarem de um acordo que Washington quer abandonar de todo modo para desenvolver novos mísseis e rejeitando a exigência norte-americana de destruir o novo míssil.

Nesta quinta-feira a subsecretária de Estado para o Controle de Armas e a Segurança Internacional, Andrea Thompson, realizou as últimas conversas com o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, em Pequim antes do vencimento do prazo de 60 dias dado pelos EUA para Moscou voltar a respeitar o tratado.

Andrea e Ryabkov, que se encontraram nos bastidores da reunião de potências nucleares, disseram mais tarde que os dois países não conseguiram conciliar as diferenças.

Em uma entrevista, Andrea disse que acredita que Washington deixará de obedecer o pacto já neste final de semana --uma medida que, segundo ela, permitirá aos militares de seu país começarem a desenvolver imediatamente seus próprios mísseis de alcance maior, se quiserem fazê-lo, aumentando a possibilidade de eles serem instalados em solo europeu.

"Poderemos fazer isso (suspender nossas obrigações do tratado) no dia 2 de fevereiro", disse ela à Reuters. "Faremos um anúncio, seguiremos todos os passos que precisam ser dados no tratado para suspender nossas obrigações com a intenção de sair."

O anúncio formal de saída do acordo, uma vez informado, leva seis meses. Deixar de cumpri-lo desatará as mãos dos militares, disse Andrea.

"Depois também podemos realizar a P&D e trabalhar nos sistemas que não pudemos usar por estarmos obedecendo o tratado".

"Chegado o dia 2 de fevereiro, neste final de semana, se o Departamento de Defesa decidir fazê-lo, poderá fazê-lo."

Washington continua aberta a novas conversas sobre o tratado com Moscou independentemente disso, acrescentou.

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