Apoiadores do Hezbollah: Departamento de Estado manteve a designação do grupo como "Organização Terrorista Estrangeira" (Ali Hashisho/Reuters)
AFP
Publicado em 13 de novembro de 2018 às 20h23.
Última atualização em 13 de novembro de 2018 às 20h24.
Os Estados Unidos incluíram nesta terça-feira, 13, Jawad Nasrallah, filho do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em sua lista negra de "terroristas globais", aumentando a pressão sobre este movimento xiita libanês de resistência islâmica.
O governo de Donald Trump qualificou Jawad Nasrallah de "líder em ascensão" do Hezbollah e disse que, nos últimos anos, recrutou pessoas "para realizar ataques terroristas contra Israel na Cisjordânia".
Em uma declaração, o Departamento de Estado também anunciou ter revisado e mantido a designação do Hezbollah como "Organização Terrorista Estrangeira", emitida há 21 anos. O Hezbollah é o único grupo político do Líbano que não se desarmou depois da guerra civil de 1975-1990.
Washington o acusa de ser um aliado próximo do Irã, assim como de apoiar o regime sírio de Bashar al-Assad e de ameaçar Israel.
Mas no Líbano, o Hezbollah é um dos três grupos políticos mais poderosos do país, o qual o primeiro-ministro designado, Saad Hariri, acusou nesta terça de atrasar a formação de um novo governo em busca de fortalecer a sua representação. O Exército israelense afirma que o Hezbollah tem entre 100.000 e 120.000 mísseis e foguetes de curto alcance, assim como centenas de mísseis de longo alcance.
Mais cedo, os Estados Unidos decidiram aplicar sanções econômicas contra quatro importantes representantes do grupo no Iraque.
O Departamento do Tesouro informou a inclusão em sua lista de terroristas internacionais de Shibl Muhsin 'Ubayd Al-Zaydi, Yusuf Hashim, Adnan Hussein Kawtharani e Muhammad' Abd-Al-Hadi Farhat, alegando que movimentaram recursos, adquiriram armas e treinaram combatentes no Iraque para o Hezbollah.
A medida congela todos os bens e interesses econômicos destes indivíduos que estejam sujeitos à jurisdição americana e impede que pessoas e entidades americanas façam negócios com eles.
Segundo o Tesouro, Al-Zaydi era um coordenador-chave entre o Hezbollah, os Guardiães da Revolução iraniana, corpo de elite da República Islâmica, e seus partidários no Iraque. Al-Zaydi tem vínculos próximos ao suposto financiador do Hezbollah, Adham Tabaja, e coordenou o contrabando de petróleo do Irã para a Síria. Também enviou combatentes iraquianos à Síria em nome dos Guardiães da Revolução, afirma o Tesouro.
Os outros três também coletaram informação de Inteligência e arrecadaram recursos para o Hezbollah no Iraque, indica a instituição em um comunicado.
"O Hezbollah é um representante terrorista do regime iraniano que busca minar a soberania iraquiana e desestabilizar o Oriente Médio", disse Sigal Mandelker, vice-secretário do Tesouro para terrorismo e inteligência financeira, citado no texto. Mandelker explicou que estas medidas do Tesouro visam a impedir o Hezbollah de se aproveitar do Iraque para lavagem de dinheiro, aquisição de armas, treinar combatentes e compilar informação para o Irã.
"Qualquer um que ajude o Hezbollah e suas redes de apoio globais e quem tiver relações comerciais com estes terroristas se expõem a graves sanções", advertiu.