Nova classificação do etanol de cana-de-açúcar do Brasil poderá facilitar a entrada do produto no mercado americano (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) aprovou nesta quarta-feira (3/2) o etanol de cana-de-açúcar do Brasil. Isso significa que a EPA passou a considerá-lo "um biocombustível renovável de baixo carbono". Para obter essa classificação, o produto precisa ser capaz de emitir pelo menos 50% menos gases do efeito estufa em comparação à gasolina. No caso do etanol brasileiro, essa redução é até 61%.
Na prática, trata-se de um vitória dos produtores brasileiros, pois a nova classificação pode facilitar a entrada do etanol de cana no mercado americano. O Ato de Segurança e Independência Energética de 2007 determina que os Estados Unidos devem consumir, pelo menos, 45 bilhões de litros de biocombustíveis em 2010. Até 2022, esse volume pode subir para 136 bilhões de litros. Quase 80 bilhões de litros desse volume serão reservados para os combustíveis considerados avançados: etanol celulósico, diesel de biomassa e "outros avançados". Essa última categoria, na qual se enquadra o etanol brasileiro, demandará pelo menos 15 bilhões de litros até 2022.
Em 2010, para cumprir as metas da EPA, o mercado de "outros combustíveis avançados" deverá absorver 756 milhões de litros. No ano passado, a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) enviou documentos à agência ambiental americana citando as evidências de redução da emissão de gases poluentes do combustível. Os estudos mostravam que o etanol de cana pode emitir até 82% menos gases que a gasolina.