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Trump ameaça China com novas tarifas adicionais de 50% após retaliação

Após a China aumentar suas tarifas retaliatórias para 34%, o governo dos Estados Unidos promete uma escalada, com novas tarifas adicionais a partir de quarta-feira, 9

EUA x China: guerra comercial ganha novos capítulos  (Artyom Ivanov/Getty Images)

EUA x China: guerra comercial ganha novos capítulos (Artyom Ivanov/Getty Images)

Publicado em 7 de abril de 2025 às 12h26.

Última atualização em 7 de abril de 2025 às 12h44.

Nesta segunda-feira, 7, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma nova ameaça à China. Ele prometeu impor uma taxa extra de 50% adicionais sobre as tarifas de importação, além do que os EUA já anunciaram sobre o país asiático, atualmente em 54%.

Com isso, as tarifas americanas sobre a China seriam aumentadas para 104%.

"Ontem, a China determinou tarifas retaliatórias de 34%, além das suas tarifas já recordes, tarifas não monetárias, subsídios ilegais para empresas e manipulação maciça da moeda a longo prazo, apesar do meu aviso de que qualquer país que retaliar contra os EUA emitindo tarifas adicionais, será imediatamente confrontado com novas tarifas, substancialmente mais altas, além das inicialmente estabelecidas", disse Trump, na rede Truth Social

"Portanto, se a China não retirar o aumento de 34% acima dos seus já abusos comerciais a longo prazo até amanhã, 8 de abril de 2025, os Estados Unidos imporão tarifas ADICIONAIS sobre a China de 50%, com efeito a partir de 9 de abril. Além disso, todas as negociações com a China sobre as reuniões solicitadas por eles serão encerradas!", afirmou.

Guerra comercial avança

Na quarta-feira passada, dia 2, Trump anunciou um grande pacote de tarifas recíprocas contra quase todos os países do mundo. A China, que já havia sido taxada em 20% no começo do ano, sofreu outra taxação, de 34%, elevando suas taxas a 54%.

As taxas recíprocas de 10% entraram em vigor no sábado, 5. No fim de semana, Trump reafirmou que manteria as medidas. Isso contribuiu para uma onda de pessimismo nos mercados financeiros. Bolsas asiáticas e americanas tiveram quedas históricas nesta segunda-feira, em meio à grande incerteza.

Retaliações contidas

Entre os grandes parceiros dos Estados Unidos, com exceção de China e Canadá, nenhum deles anunciou retaliações. Em público, todos dizem que ainda avaliam como responder. Trump disse ter conversado com vários líderes estrangeiros no fim de semana, e destacou ter conversado com o premiê do Japão.

Nesta segunda, Trump recebe o premiê de Israel, Benjamim Netanyahu, e as tarifas cobradas ao país, de 17%, estão na pauta das conversas.

O governo do Reino Unido, alvo de taxa de 10%, abriu uma consulta com empresas sobre possíveis medidas retaliatórias, para definir quais produtos deveriam ser incluídos nelas. A consulta será feita até 1º de maio. O ministro de Empresas e Comércio, Jonathan Reynolds, disse ver espaço para um acordo com os EUA, mas disse que o país poderá tomar medidas se isso não ocorrer.

A União Europeia, alvo de 20% de taxas, disse preparar uma resposta. "Estamos nos preparando para novas contramedidas para proteger os nossos interesses e os nossos negócios se as negociações falharem", afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na semana passada.

A Casa Branca tem descartado um adiamento de tarifas, mas ainda há tempo para mudanças. As tarifas recíprocas extras, acima de 10%, entrarão em vigor na quarta-feira, 9.

Em anúncios anteriores, Trump já agiu nas duas direções. Ele adiou medidas contra Canadá e México após os países se comprometerem com medidas como reforçar a segurança na fronteira. Em março, após a União Europeia ameaçar aumentar taxas sobre produtos americanos, como uísque, o republicano disse que taxaria vinhos e champanhes europeus em 200%. A medida foi suspensa após a UE recuar.

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