Mundo

Estado Islâmico se reorganizou e está "focado" em atacar a Europa

Jeffrey Feltman, subsecretário-geral para Assuntos Políticos da ONU, disse que o grupo quer possibilitar e inspirar ataques fora das zonas de conflito

Estado Islâmico: o número de combatentes estrangeiros recrutados pelo EI diminuiu (Getty Images/Getty Images)

Estado Islâmico: o número de combatentes estrangeiros recrutados pelo EI diminuiu (Getty Images/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 8 de junho de 2017 às 20h31.

Apesar das derrotas no Iraque e na Síria, o grupo extremista Estado islâmico (EI) se reorganizou e agora está "mais focado do que nunca" em atacar a Europa e outras áreas fora dessa zona de conflito, disse um alto funcionário da ONU na quinta-feira.

"Apesar da pressão militar contínua, o EI continua resistindo, particularmente em Mossul e Raqa", disse o subsecretário-geral para Assuntos Políticos da ONU, Jeffrey Feltman.

"Ao mesmo tempo, o EI reorganizou sua estrutura militar, dando mais poder aos comandantes locais, e está mais focado do que nunca em possibilitar e inspirar ataques fora das zonas de conflito", acrescentou.

Em um pronunciamento ante o Conselho de Segurança da ONU, Feltman citou ataques recentes na Bélgica, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia, Suécia e Turquia.

O grupo publicou menos mensagens nas redes sociais nos últimos 16 meses, mas "a ameaça persiste conforme militantes fora da Síria e do Iraque se reúnem e redistribuem essa propaganda".

O número total de combatentes do EI e suas receitas também caíram durante o mesmo período, acrescentou Feltman.

Mas o grupo pode contar com milhões de dólares por mês gerados com a venda de petróleo, extorsão, sequestro, tráfico de antiguidades e mineração em territórios que controlam.

Enquanto o número de combatentes estrangeiros recrutados pelo EI também diminuiu, "os repatriados e a realocação de combatentes das zonas de conflito para outras regiões agora representam uma ameaça considerável à paz internacional", disse Feltman.

Ele pediu vínculos reforçados entre o sistema das Nações Unidas e os atores regionais para apoiar os Estados do G5 Sahel - Burkina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger - em seus esforços de combate ao terrorismo.

Na terça-feira, a França pediu ao Conselho de Segurança da ONU que autorize a implantação de uma força militar africana de cinco países para lutar contra extremistas violentos e traficantes de drogas no Sahel.

Os Estados do G5 Sahel concordaram em março em criar a operação especial de combate ao terrorismo de 5.000 efetivos para a região.

"É importante que o Conselho de Segurança se una em apoio a esse projeto", afirmou o embaixador francês, Francois Delattre.

"Mais uma vez, no terrorismo, não há lugar para desunião. Portanto, não podemos imaginar que o conselho não apoie totalmente nosso projeto", acrescentou.

Diplomatas dizem que os Estados Unidos resistiram em financiar essa força durante as discussões iniciais.

Acompanhe tudo sobre:Ataques terroristasEstado IslâmicoEuropaTerrorismoTerroristas

Mais de Mundo

Trump nomeia Chris Wright, executivo de petróleo, como secretário do Departamento de Energia

Milei se reunirá com Xi Jinping durante cúpula do G20

Lula encontra Guterres e defende continuidade do G20 Social

Venezuela liberta 10 detidos durante protestos pós-eleições