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Estado Islâmico reivindica decapitação de David Haines

Sua decapitação sucede outras duas em menos de um mês, as dos jornalistas americanos também sequestrados na Síria


	Britânico David Haines momentos antes de sua execução por um militante do Estado Islâmico
 (SITE Intelligence Group/AFP)

Britânico David Haines momentos antes de sua execução por um militante do Estado Islâmico (SITE Intelligence Group/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2014 às 11h10.

O Estado Islâmico (EI) reivindicou a decapitação do agente humanitário britânico David Haines, a terceira de um ocidental em menos de um mês e antes de uma reunião na segunda-feira em Paris dos países que combaterão este grupo jihadista que atua na Síria e no Iraque.

Os principais países mobilizados contra o EI se reunirão em uma conferência internacional sobre o Iraque, que contará com a presença do secretário americano de Estado, John Kerry, que nos últimos dias obteve o apoio de dez Estados árabes.

Com Londres e Washington na liderança, estes países reafirmaram sua determinação em lutar contra os jihadistas após a divulgação no sábado do vídeo que mostra o assassinato de Haines, de 44 anos.

Sua decapitação sucede outras duas em menos de um mês, as dos jornalistas americanos também sequestrados na Síria James Foley e Steven Sotloff. Na gravação de 2 minutos e 27 segundos, intitulada "Uma mensagem aos aliados dos Estados Unidos", o EI também ameaça executar outro refém britânico, Alan Henning.

O grupo jihadista acusa o primeiro-ministro britânico, David Cameron, de ter se somado a Washington no Iraque, onde realiza ataques aéreos contra o EI.

"Você entrou voluntariamente em uma coalizão com os Estados Unidos contra o Estado Islâmico, assim como seu antecessor Tony Blair, seguindo uma tendência entre nossos primeiros-ministros britânicos que não conseguem encontrar a coragem para dizer não aos americanos", afirmou em inglês o carrasco, com o rosto coberto.

Este homem, que pode ser o mesmo que aparece nas execuções de Foley e Sotloff, advertiu que esta aliança afundará a Grã-Bretanha em outra guerra sangrenta que não poderá vencer. O ministério britânico das Relações Exteriores afirmou que "todos os elementos demonstram que o vídeo é autêntico".

Cameron promete agir

Cameron denunciou um assassinato repulsivo. "Faremos tudo o que estiver em nossas mãos para encurralar estes assassinos e fazer com que respondam por seus atos, não importa o tempo que levar", acrescentou Cameron, que presidiu neste domingo uma reunião ministerial de crise para examinar a situação.

O presidente americano, Barack Obama, expressou sua solidariedade com a Grã-Bretanha e também prometeu que destruirá o EI.

"O odioso assassinato de David Haines mostra mais uma vez até que ponto é necessário que a comunidade internacional se mobilize", reagiu a França. Berlim denunciou "um ato odioso de violência bárbara" que precisa ser punido.

Dedicado a trabalhos humanitários desde 1999, Haines foi capturado na Síria em março de 2013, durante sua primeira missão para a ONG francesa Acted como responsável logístico do campo de refugiados de Atmeh, perto da fronteira turca.

Sua família havia feito um apelo no sábado aos sequestradores pedindo sua libertação. "Era e é amado por toda a sua família e sentiremos terrivelmente sua falta", disse seu irmão, Mike.

Em um comunicado, a Acted disse que está "horrorizada por este assassinado odioso", mas prometeu manter seu compromisso humanitário com as populações que sofrem. O anúncio da execução ocorreu num momento em que Londres redobra os esforços ante a ameaça do Estado Islâmico.

Este país anunciou na terça-feira o envio de metralhadoras pesadas e munição no valor de dois milhões de euros às forças curdas do Iraque para lutar contra os jihadistas. Cameron também não exclui nada acerca de ataques contra o Estado Islâmico, declarou seu porta-voz.

O Estado Islâmico proclamou um califado no fim de junho, liderado pelo iraquiano Abu Bakr al-Baghdadi, que envolve amplos territórios conquistados no Iraque e na Síria. Para lutar contra os jihadistas, Washington tenta organizar uma ampla coalizão internacional.

Durante um intenso giro pela região, Kerry obteve na quinta-feira em Jidá o compromisso, eventualmente militar, de dez países árabes, incluindo a Arábia Saudita.

A Austrália anunciou, por sua vez, neste domingo sua participação na coalizão com a mobilização de 600 militares nos Emirados Árabes Unidos. Depois de longas hesitações, Obama expôs no dia 10 de setembro sua estratégia contra o EI.

Anunciou uma extensão da campanha aérea no Iraque, onde serão mobilizados 1.600 militares para apoiar as forças armadas iraquianas em matéria de equipamentos, formação e informação.

Obama também manifestou sua disposição em atacar o EI na Síria e se comprometeu a aumentar a ajuda militar aos rebeldes sírios moderados.

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