Ataque: Mosul é o último reduto do EI no Iraque (Carl Court/Getty Images)
AFP
Publicado em 21 de dezembro de 2016 às 09h53.
Combatentes do grupo Estado Islâmico (EI) atacaram "deliberadamente" civis que se negaram a atuar como "escudos humanos" quando abandonaram Mosul ante a chegada das forças iraquianas, denuncia a ONG Human Rights Watch (HRW).
Mosul, segunda maior cidade do Iraque e reduto dos extremistas, é cenário de combates violentos desde o início de uma ofensiva para expulsar os integrantes do EI.
As forças iraquianas, com o apoio da coalizão internacional, conseguiram reconquistar bairros da zona leste da cidade, mas o EI ainda controla o oeste de Mosul.
Entre os 50 habitantes do leste de Mosul que conseguiram fugir para o Curdistão iraquiano, e que a ONG de defesa dos direitos humanos conseguiu entrevistar, 31 afirmaram que o EI executou ataques.
Os ataques foram cometidos com "obuses de morteiro, franco-atiradores, carros-bomba ou artefatos de fabricação caseira que indistintamente ou diretamente mataram ou feriram civis", afirma a HRW em um relatório.
Os extremistas, completa a ONG, justificavam suas ações com a alegação de que as vítimas "se recusaram a seguir suas ordens de segui-los em sua retirada para as áreas ao oeste de Mosul e que ainda são controladas pelo grupo".
Testemunhas entrevistadas pela HRW afirmaram que os ataques aéreos da coalizão internacional e do exército iraquiano contra os extremistas "também mataram civis".
Mosul é o último reduto do EI no Iraque. A cidade tem importância especial para os extremistas, já que foi na grande mesquita de Al-Nuri, no centro, que seu líder Abu Bakr al-Baghdadi proclamou seu "califado" em meados de 2014.