Pessoas se exercitam em meio à poluição pesada em Hefei, província de Anhui, China. (Stringer/Reuters)
Vanessa Barbosa
Publicado em 3 de janeiro de 2017 às 11h47.
São Paulo - O ano começou nebuloso na China, que enfrenta seu primeiro "arpocalipse" de 2017. Diante dos níveis elevados de poluição atmosférica, está quase impossível enxergar o céu por lá.
Muito mais do que embaçar a paisagem, a alta concentração de poluentes no ar é um caso sério de saúde pública no país, sendo responsável por 2,2 milhões de mortes prematuras por ano e redução de 25 meses na expectativa de vida chinesa.
A poluição é mais intensa na região norte do país, que concentra a maior parte das indústrias pesadas e usinas a carvão, fonte de energia altamente poluente.
Cerca de 25 cidades estão em alerta "laranja", o segundo mais alto do sistema de emergência atmosférica, incluindo a capital, Pequim, onde os níveis das perigosas partículas PM 2,5 atingiram 100 microgramas por metro cúbico, dez vezes acima do considerado seguro pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Após décadas de crescimento vertiginoso, o país tem se mobilizado para enfrentar o problema, lançando mão de programas obrigatórios de redução de emissões fabris, restringindo a circulação de carros e caminhões e investindo pesado em novas fontes de energia, como solar e eólica.
Porém, durante o inverno, a poluição tende a se agravar devido às condições climáticas e ao aumento do consumo de energia para aquecimento, o que aciona mais termelétricas a carvão.