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Esta é a última geração que pode salvar clima, diz Obama

Para Obama, a COP-21 é um "momento de virada" para salvar o planeta. "Nenhuma nação, pequena ou grande, rica ou pobre, está imune", lembrou


	Obama: "Manter a conferência é um ato de resistência que prova que nada vai nos impedir de construir o futuro que queremos"
 (Stephane Mahe / Reuters)

Obama: "Manter a conferência é um ato de resistência que prova que nada vai nos impedir de construir o futuro que queremos" (Stephane Mahe / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2015 às 14h36.

Paris - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta segunda-feira, 30, que esta é a última geração que poderá enfrentar o desafio de conter o aquecimento global e seus efeitos devastadores.

O norte-americano foi um dos primeiros líderes mundiais de maior expressão a se pronunciar na 21ª Conferência do Clima (COP-21) de Paris, que bateu Copenhague e se tornou a maior conferência diplomática da história da humanidade.

Antes dele, o anfitrião do evento, o presidente francês François Hollande, advertiu que a paz mundial está em jogo na rodada de negociações diplomáticas que começa nesta segunda-feira.

Mais de 150 chefes de Estado e de governo estão reunidos em Le Bourget, nas imediações de Paris, para o primeiro dia da COP-21, a conferência que deve traçar as políticas globais de luta contra o aquecimento global.

Obama começou seu discurso afirmando que os líderes mundiais vieram à capital francesa três semanas após os atentados que deixaram 130 mortos e 350 feridos com o objetivo de demonstrar determinação.

"Manter a conferência é um ato de resistência que prova que nada vai nos impedir de construir o futuro que queremos", disse o presidente dos Estados Unidos.

Para Obama, a COP-21 é um "momento de virada" para salvar o planeta. "Nenhuma nação, pequena ou grande, rica ou pobre, está imune", lembrou.

"Nós somos a primeira geração a ter detonado o aquecimento climático, mas nós talvez sejamos a última a poder fazer algo para evitá-la."

Obama lembrou ainda os compromissos firmados pelos Estados Unidos para reduzir entre 25% e 28% as emissões do país até 2025, em relação a 2005.

"Como uma das primeiras economias do mundo, eu estou absolutamente consciente que nós somos uma fonte do problema", reconheceu, defendendo que se fixe um acordo e que os objetivos evoluam em longo prazo.

"Em Paris, garantamos um acordo ambicioso, com objetivos que possam ser elevados regularmente, e que levarão em conta as distinções e os progressos de cada uma das nações."

Minutos depois, o presidente da China, Xi Jinping, pediu um "acordo global, equilibrado e aprofundado contra as mudanças climáticas". "O acordo de Paris deverá acentuar nossas ações face às mudanças climáticas depois de 2020", pregou.

O chefe de Estado chinês exortou as nações mais ricas a cumprirem seu engajamento de mobilizar US$ 100 bilhões para auxiliar países mais pobres, além de transferir tecnologias que possam ajudar contra os efeitos do aquecimento global.

"O princípio das responsabilidades comuns, mais diferenciadas, deve ser respeitado", defendeu.

Mais cedo, na abertura dos discursos, Hollande havia afirmado que se as mudanças climáticas não forem controladas, o risco de guerras vai crescer.

Hollande fez o discurso de abertura do evento, pouco depois das 11 horas no horário local (8 horas em Brasília). "Hoje, vivemos um dia histórico.

A França recebe 150 chefes de Estado e de governo e milhares de delegados de todos os continentes. Jamais uma conferência recebeu tantos representantes de tantos países", celebrou, lembrando que o encontro acontece três semanas após os atentados de Paris, que deixaram 130 mortos e 350 feridos.

O presidente da França lembrou que o ano de 2015 registra o recorde de aumento da temperatura média, o que torna a necessidade de agir ainda mais premente.

"Como aceitar que sejam os países mais pobres aqueles que emitem menos gases de efeito estufa?", questionou. "É em nome da justiça climática que nós devemos agir."

Para Hollande, a COP-21 representa uma esperança de que o acordo que substituirá o Protocolo de Kyoto, assinado em 1997, desenhe uma trajetória credível para conter o aquecimento global abaixo de 2ºC até 2100, ou até mesmo 1,5ºC, se possível.

"O aquecimento prenuncia conflitos e provocará migrações maiores do que as guerras. Estados correm o risco de não poder mais suprir as necessidades vitais de seus povos", advertiu. "O que está em questão nessa conferência do clima é a paz."

Ainda na abertura, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pediu um acordo universal e destacou a obrigação das nações mais ricas em financiar a luta contra o aquecimento global.

"Os países desenvolvidos devem manter sua promessa e mobilizar US$ 100 bilhões", exortou o diplomata. "Cabe a vocês a sorte da COP-21. O futuro do nosso planeta está em suas mãos."

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