Misa Matsushima: jovem de 26 anos recebeu seu certificado como piloto de caças F-15 na última quarta-feira (YouTube/Reprodução)
EFE
Publicado em 24 de agosto de 2018 às 10h17.
A primeiro-tenente Misa Matsushima, de 26 anos, se tornou na primeira mulher piloto de aviões de combates do Japão, um posição que há apenas três anos era exclusivamente reservada aos homens.
Misa, que recebeu seu certificado como piloto de caças F-15 na última quarta-feira com o desejo de "abrir caminho para outras mulheres" em uma instituição onde contam com baixa representação, foi destacada hoje à base aérea de Nyutabaru, confirmou à Agencia Efe um porta-voz das Forças Aéreas de Autodefesa.
"Quero me tornar uma piloto completa o mais rápido possível para abrir caminho a outras mulheres", disse Misa Matsushima, após obter sua certidão, em declarações divulgadas pelo jornal japonês "Asahi".
https://www.youtube.com/watch?time_continue=13&v=cC9wHgEqOHE
A primeiro-tenente também manifestou seu desejo que quando a vissem "aumente o número de pessoas que desejem ser piloto".
Misa Matsushima juntou-se às Forças Aéreas de Autodefesa após se formar na Academia Nacional de Defesa, em 2014, e dois anos depois de obter uma licença de piloto, começou a preparação para conduzir aviões de combate.
As Forças Aéreas de Autodefesa do Japão suspenderam o veto para presença de mulheres em todas as áreas e manobras em 1993, exceto na condução dos aviões de combate e reconhecimento, que não eram permitidos até 2015.
A presença da mulher no exército japonês continua sendo baixa e apenas 6% do pessoal militar - 14 mil soldados - são mulheres, um número que está atrás de potências como os Estados Unidos e outros países industrializados, onde a média é dentre 10 e 15%, segundo dados do Ministério da Defesa do Japão.
O governo propôs dobrar a presença da mulher entre suas tropas nos próximos anos, em uma época que também busca promover sua incorporação em diferentes áreas de trabalho para enfrentar a falta de profissionais gerada pelo rápido envelhecimento da população e a baixa taxa natalidade.