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Esquerda pressiona Macron antes de reunião importante para formar governo na França

Presidente chocou o país ao anunciar de forma inesperada a antecipação das eleições legislativas previstas para 2027

Emmanuel Macron, presidente da França (Ludovic Marin/AFP)

Emmanuel Macron, presidente da França (Ludovic Marin/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 22 de agosto de 2024 às 15h59.

Última atualização em 22 de agosto de 2024 às 16h07.

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A coalizão de esquerda na França acusou, nesta quinta-feira, 22, o presidente de centro-direita, Emmanuel Macron, de "grave inação" por não nomear um novo primeiro-ministro quase dois meses após as eleições legislativas antecipadas, que venceram sem maioria absoluta.

"Como em todas as democracias parlamentaristas, a coalizão líder deve ser capaz de formar governo e começar a trabalhar", escreveram em uma "Carta aos franceses" os líderes da Nova Frente Popular (NFP) e sua candidata a primeira-ministra, Lucie Castets.

"Até quando vamos continuar como se nada tivesse acontecido no início do verão? (...) A inação do presidente é grave", afirmam os signatários da carta, às vésperas da primeira reunião de Macron com as diferentes forças políticas.

O presidente de 46 anos chocou a França ao anunciar de forma inesperada a antecipação das eleições legislativas previstas para 2027 em 30 de junho e 7 de julho, para pedir um "esclarecimento" aos eleitores, após a vitória da extrema direita nas eleições europeias.

Mas o resultado levou a um bloqueio: o NFP obteve 193 deputados na Assembleia (câmara baixa), seguido pela aliança de Macron (166) e pelo partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN) e seus aliados (142), longe da maioria absoluta de 289 assentos.

Diante do limbo político e a poucas semanas dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, Macron pediu um julho que seu primeiro-ministro, Gabriel Attal, continuasse no cargo "por enquanto" para "garantir a estabilidade"

'Ampla e estável'

A segunda maior economia da União Europeia (UE) nunca havia experienciado uma situação de bloqueio desde que a Quinta República francesa foi estabelecida em 1958, sobretudo quando o seu sistema eleitoral favorece a criação de maiorias parlamentares claras.

No entanto, aumenta a pressão sobre Macron, cujo mandato termina em 2027 e que compartilha o poder Executivo com o governo, entre acusações de atrasar a nomeação para continuar no poder.

"O presidente está do lado dos franceses, das instituições e, sobretudo, da expressão de seu voto no dia 7 de julho", defendeu a Presidência nesta quinta-feira, véspera do início das consultas.

A rodada começará com os líderes do NFP, sucedidos pela aliança de Macron e o partido de direita Os Republicanos (LR), antes da vez das figuras ultradireitistas Marine Le Pen e Jordan Bardella.

A Presidência confirmou que, após as reuniões, nomeará um primeiro-ministro que alcance "a maioria mais ampla e estável" possível, rejeitando implicitamente o pedido da esquerda de nomear Castets como o primeiro bloco na Assembleia.

A ameaça de uma moção de censura por parte do partido no poder e da extrema direita já paira sobre um eventual governo Castets, mas nenhuma alternativa ganhou força neste momento, dada a recusa do LR em formar uma coalizão com as forças de Macron.

"Não existe um plano B para Lucie Castets", disse a líder ambiental Marine Tondelier, membro do NFP. Contudo, enquanto aguardam uma decisão, a coalizão está se partindo devido a divergências com a sua ala radical, que propôs a renúncia do presidente francês

Macron não pode dissolver novamente a Assembleia até julho de 2025, mas a apresentação do orçamento para o próximo ano, que deve chegar ao Parlamento em outubro, fixa um prazo para substituir o atual governo em exercício.

"Quem for nomeado primeiro-ministro será bloqueado" e "em qualquer caso, a França estará em um estado de paralisia", disse nesta terça-feira a deputada de extrema direita Edwige Diaz, assegurando que seu partido já se prepara para novas eleições.

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