Eleições: "Vou votar contra a senhora Fujimori (...) hoje, votar em branco, ou nulo, favorece a Keiko na contagem final de votos" (Mariana Bazo / Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de maio de 2016 às 18h07.
O candidato Pedro Pablo Kuczynski recebeu, nesta segunda-feira, o apoio-chave da esquerdista Verónika Mendoza, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições no Peru e conta com importante adesão popular.
Kuczynski enfrentará a favorita Keiko Fujimori no segundo turno, que acontece em 5 de junho.
"Vou votar contra a senhora Fujimori (...) hoje, votar em branco, ou nulo, favorece a Keiko na contagem final de votos. Por isso, para impedir o avanço do fujimorismo, só me resta marcar PPK [acrônimo de Pedro Paulo Kuczynski]", disse Verónika, em um vídeo divulgado nas redes sociais.
Do partido de esquerda Frente Ampla, Verónika justificou seu apoio a PPK, apesar de se tratar de um candidato, com o qual tem divergências em alguns temas, sobretudo econômicos.
"O sonho de um país mais justo está ameaçado pelo fujimorismo que quer voltar (...) Quando estiveram no governo, não se importaram em roubar os milhares de peruanos (...) não se importaram em matar os que não pensavam como eles, não se importaram em esterilizar milhares de mulheres à força, não se importaram em comprar os congressistas à força para fazer o que lhes dava vontade", disse Mendoza.
Keiko Fujimori é filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), que cumpre pena desde 2009 por crimes de corrupção e contra a humanidade. Ele também realizou uma campanha de controle da natalidade, esterilizando milhares de mulheres sem o consentimento.
Favorita para se tornar a primeira presidenta do Peru, com um partido que tem conquistado maioria absoluta no Congresso, Fujimori tem seu financista e até pouco tempo secretário-geral de seu partido Força Popular Joaquín Ramírez investigado por lavagem de dinheiro.
A candidata desmente as acusações contra Ramírez, ainda que ele tenha se afastado do cargo.
"Keiko está cercada de gente processada por corrupção e ligações com o narcotráfico, e ela não se importa. Com que autoridade moral poderia combater a criminalidade e o narcotráfico?", acrescentou Mendoza, esclarecendo que será uma oposição fiscalizadora.