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Esposa de favorito à presidência na França recebeu sem trabalhar

Durante oito anos, a esposa de François Fillon teve um emprego fantasma no gabinete do próprio marido, segundo a imprensa

Penelope e François Fillon: esposa do favorito teria embolsado 500 mil euros sem nunca trabalhar (Charles Platiau/Reuters)

Penelope e François Fillon: esposa do favorito teria embolsado 500 mil euros sem nunca trabalhar (Charles Platiau/Reuters)

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EFE

Publicado em 25 de janeiro de 2017 às 10h11.

Paris - A mulher de François Fillon, ex-primeiro-ministro conservador e favorito para a vencer as eleições presidenciais de maio na França, teve durante oito anos um emprego fantasma de assistente parlamentar do próprio marido e embolsou 500 mil euros dos cofres públicos sem trabalhar, denunciou nesta quarta-feira o jornal "Le Canard Enchaîné"

Penelope Fillon foi contratada entre 1998 e 2002 como colaboradora do marido, na época deputado, mas não tinha nenhuma função na Assembleia Nacional, de acordo com o jornal.

O salário da esposa do candidato pelo partido Os Republicanos, liderado pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy, foi de 3,9 mil euros até 2001. No ano seguinte, o valor subiu para 4,6 mil

Na França, os parlamentares têm uma cota de mais de 9 mil euros para contratar até cinco pessoas como existentes. Empregar familiares não é ilegal no país.

Em maio de 2002, quando Jacques Chirac assumiu a presidência, Fillon foi nomeado ministro de Assuntos Especiais. Penelope foi mais uma vez contratada na Assembleia Nacional, desta vez pelo deputado que assumiu a cadeira do novo ministro, Marc Joulaud.

O contrato, em período integral, rendeu a Penelope 6,9 mil euros por mês até 2006, quando o valor foi reajustado para 7,9 mil. O "Le Canard Enchaîné" afirmou que na época a esposa de Fillon atuava como dona de casa e não aparecia na sede do Legislativo para trabalhar.

A missão de Penelope com Joulaud terminou quando Fillon foi nomeado primeiro-ministro em maio de 2007 por Sarkozy.

Em 2012, quando o atual presidente do país, François Hollande, chegou ao poder, Fillon deixou o governo e venceu mais uma vez a eleição para deputado. Penelope também voltou à Assembleia Nacional como assistente do ex-premiê recebendo 4,6 mil euros por mês.

Penelope também atuou, entre 2012 e 2013, na revista mensal "Revue dês deux limpes", do empresário Marc Ladreit de Lacharrière, amigo de Fillon. Pelo trabalho, ela recebeu 100 mil euros, de acordo com o "Le Canard Enchaîné" sem que o diretor da publicação chegasse a conhecê-la.

Em uma primeira reação à denúncia, o deputado Philippe Vigier, porta-voz de Fillon, reiterou que a contratação de um familiar por um parlamentar não é algo considerado ilegal no país.

Além disso, ele lembrou que 10% dos deputados têm parentes como assistentes e que o contrato de Penelope foi verificado pela assembleia.

Para Vigier, a denúncia é uma "bomba fétida" para atrapalhar a candidatura de Fillon à presidência. EFE

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