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Espionagem diz que Síria tem mil toneladas de armas químicas

As quatro páginas de documentos que provariam que Damasco possui 'uma das maiores reservas operativas do mundo' serão divulgadas, diz 'Le Journal du Dimanche'


	Especialista em armas químicas da ONU: as armas químicas supostamente utilizadas nesse ataque teriam sido lançadas com foguetes Grad
 (Bassam Khabieh/Reuters)

Especialista em armas químicas da ONU: as armas químicas supostamente utilizadas nesse ataque teriam sido lançadas com foguetes Grad (Bassam Khabieh/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2013 às 12h17.

Paris - Os serviços franceses de inteligência têm provas de que o regime sírio de Bashar al Assad possui mil toneladas de armas químicas e agentes tóxicos entre gás sarin, mostarda e VX, e que utilizou esse tipo de arsenal no dia 21 de agosto, publicou neste domingo o 'Le Journal du Dimanche'.

As quatro páginas de documentos classificados franceses que provam que Damasco possui 'uma das maiores reservas operativas do mundo' serão divulgadas nos próximos dias, afirmou a publicação, que antecipou alguns detalhes de seu conteúdo.

O jornal, que mostra na capa uma fotografia do Centro de Estudos de Pesquisas Científicas de Barzah (sul da Síria), onde supostamente Damasco desenvolve a maior parte desse arsenal, revela também o armamento sírio capaz de carregar os agentes químicos e tóxicos.

São os mísseis Scud C e Scud B, com alcance entre 300 e 500 quilômetros, respectivamente, assim como mísseis M600 e SS-21, bombas aéreas capazes de transportar entre 100 e 300 litros de gás sarin e foguetes de artilharia para lançar os agentes químicos (sarin, mostarda e VX, o mais mortífero de todos eles) a 50 quilômetros de distância.

As informações obtidas pela Direção Geral da Segurança Exterior (DGSE) e a Direção de Inteligência Militar (DRM) francesas indicam que o regime de Damasco utilizou esse tipo de armas no dia 21 de agosto em um subúrbio da capital.

'Para nós, está claro que no dia 21 de agosto o regime sírio decidiu mudar de escala', afirmou ao 'Le Journal du Dimanche' um oficial francês que não revelou seu nome e que não detalhou se, segundo Paris, Damasco pretendia ganhar posições militares sobre os insurgentes ou responder à tentativa de atentado dos rebeldes contra Assad.

As armas químicas supostamente utilizadas nesse ataque foram lançadas com foguetes Grad, que foram seguidos por 'múltiplos ataques de artilharia' a partir do dia seguinte para 'apagar o máximo de provas', sempre segundo as fontes do jornal citado.

O relatório resume 'milhares de horas de trabalho' dos serviços secretos franceses durante mais de 25 anos e informações adquiridas através da espionagem de outros países aliados da França e de 'vários comandantes que desertaram do regime sírio', acrescentou o 'Journal du Dimanche'.


Segundo esses documentos, a Síria começou a produzir armas químicas sob o comando de Hafez al Assad, pai de Bashar, e com a ajuda da Rússia.

Mais adiante, a produção passou a ser '100%' síria e ficou a cargo de uma unidade de 450 agentes alauitas, comunidade síria da qual pertence Bashar al Assad, garantiu a publicação.

'Bashar al Assad e certos membros de seu clã seriam os únicos' autorizados a dar ordens para a unidade militar responsável pelo armamento químico, acrescentou o jornal, que não estabeleceu por que Damasco teria decidido lançar um ataque químico no dia 21 de agosto.

Ao divulgar essa informação, segundo o 'Le Journal du Dimanche', a França procura 'convencer à opinião pública francesa e internacional que a França está disposta a punir um crime' que viola as leis internacionais sobre esse tipo de armamento.

O tratado internacional conhecido como o Convenção sobre Armas Químicas de 1993 - assinado por 189 países, mas não pela Síria, nem pela Coreia do Norte - proíbe a produção e o armazenamento desse tipo de armamento, lembrou a publicação francesa. EFE

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