São Paulo - Para discutir e incentivar as práticas de sustentabilidade na construção civil, setor que consome 42% da energia produzida no país, o Green Building Council Brasil, braço nacional da ONG americana GBC, promove pela 1ª vez uma conferência internacional sobre o mercado de edificações "verdes". O evento acontece entre 1º e 3 de setembro, na Fecomercio-SP.

Rumo à economia de baixo carbono, o uso de soluções ecológicas na construção civil - responsável por até 40% das emissões globais de CO2 - é fundamental. No Brasil, segundo o GBC, as edificações consomem cerca de 21% de toda a água tratada, 42% da energia gerada e respondem por cerca de 60% dos resíduos produzidos.

Ao que tudo indica, pouco a pouco, os empresários do setor estão se dando conta do problemão climático em que se envolveram (direta ou indiretamente). De acordo com o GBC, entre 2005 e 2008, o uso de soluções sustentáveis na construção civil cresceu 27% e deve expandir para 53% em 2013. No período de um ano, número de empreendimentos em busca de certificação ambiental cresceu 75%. Durante o "Greenbuilding Brasil - Conferência Internacional & Expo", especialistas debaterão as tendências da construção sustentável no Brasil e no mundo.

Retrofits de energia e casas populares ecológicas

Entre os temas do encontro, o processo de revitalização arquitetônica e construtiva de um edifício, chamado de retrofit, é apontado como peça chave para se alcançar maior eficiência energética em edificações existentes. "Alterando sistemas de iluminação e de refrigeração é possível reduzir o consumo de energia e a pegada ecológica (impacto sobre o meio ambiente) até mesmo das construções tradicionais", afirma Felipe Faria, gerente operacional do GBC Brasil. Será apresentado um case do retrofit do Empire State Building, de Nova YORK, nos EUA, entre outros.

Outra solução relevante que será debatida é o uso de mediadas sustentáveis em casas populares. Algumas medidas simples, como emprego de teto branco para evitar formação de ilha de calor; painéis solares para aquecimento da água e medição individual de consumo, podem melhorar a condição de moradia da população de baixa renda. Muitas dessas medidas já estão sendo empregadas em projetos da Companhia Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), em São Paulo.

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