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Especialista relaciona queimadas e expansão rural

Desde janeiro deste ano, o número de queimadas já dobrou, na comparação com 2009

Queimada no estado do Mato Grosso: período de seca e expansão rural têm responsabilidade nos recentes focos de incêndio no Brasil (Arquivo/Veja)

Queimada no estado do Mato Grosso: período de seca e expansão rural têm responsabilidade nos recentes focos de incêndio no Brasil (Arquivo/Veja)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - O coordenador do Centro Nacional de Prevenção aos Incêndios Florestais (Prevfogo) em Mato Grosso, Cendi Ribas Berni, afirmou que o período de seca e a expansão rural são os principais responsáveis pelos mais de 12 mil focos de incêndios registrados no mês de agosto em todo país. Segundo ele, é preciso uma mudança de pensamento sobre o meio ambiente.

"Esse ano está sendo muito seco e, associada a isso, temos a expansão rural com a abertura de novas áreas. O fogo é a maneira mais barata de expandir territórios. Estamos vivendo um momento como em 2007, com essas duas características, a seca e a expansão rural afetando o meio ambiente", disse hoje (20) o coordenador, em entrevista ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional da Amazônia. O Prevfogo é ligado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Desde janeiro até ontem (19) foram registrados 33.177 mil focos de incêndio no Brasil. Isso equivale a um aumento de 100% em comparação com o mesmo período de 2009. Nos últimos cinco anos, o maior número de focos de incêndio nesse período foi registrado em 2007, 59.915, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Desde 2004, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) desenvolve um experimento para apontar transformações na Floresta Amazônica por causa dos incêndios. Um espaço de 150 hectares no nordeste de Mato Grosso foi dividido em três partes iguais. Da área total, 50 hectares não sofrem queimadas, 50 são queimados anualmente e 50 são queimados a cada três anos.

A pesquisa mostra, até agora, que a mortalidade de árvores nas áreas queimadas é 80% maior do que naquelas onde não ocorrem incêndios. Outro dado é que nos locais de queimada houve uma diminuição de 50% na quantidade de espécies em relação às florestas que não foram afetadas pelo fogo.

Segundo o Ipam, antes da queima, os pesquisadores coletam diversos tipos de informações como espécies de árvores, quantidade de galhos e folhas espalhados e também sobre alguns grupos de animais como insetos e pequenos mamíferos.

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