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Espanha vai impor quarentena e blindará fronteiras para desconfinamento

Governo adotou novas medidas após início do processo de saída do isolamento para não importar casos de países onde há transmissão do coronavírus

Espanha: Ministério da Saúde espanhol registrou 26.920 mortes e 228.030 casos (Europa Press News / Colaborador/Getty Images)

Espanha: Ministério da Saúde espanhol registrou 26.920 mortes e 228.030 casos (Europa Press News / Colaborador/Getty Images)

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AFP

Publicado em 12 de maio de 2020 às 11h37.

Última atualização em 12 de maio de 2020 às 11h38.

Para acabar com a pandemia de coronavírus e proteger o processo de desconfinamento, a Espanha vai impor uma quarentena de 14 dias, a partir de sexta-feira (15), a qualquer pessoa vinda do exterior e restringirá as chegadas marítimas e aéreas de países do espaço europeu Schengen - anunciaram as autoridades nesta terça (12).

O governo adotou essas novas medidas no dia seguinte ao início do processo de desconfinamento, no âmbito do qual, no momento, metade da população espanhola pode se deslocar dentro de sua província.

A flexibilização ainda não diz respeito a Madri, ou a Barcelona, duas das áreas mais afetadas pela epidemia.
A primeira das medidas anunciadas é que, a partir de 15 de maio, quem chegar do exterior deverá fazer uma quarentena de 14 dias em casa.

As pessoas envolvidas poderão sair apenas para comprar produtos de primeira necessidade, ir a centros de saúde, ou por motivos de força maior, de acordo com a ordem do governo.

As autoridades de saúde poderão contatá-las para acompanhamento.

Além disso, "todos os deslocamentos serão feitos com uma máscara", acrescenta a ordem, publicada no Diário Oficial do Estado (BOE).

Trabalhadores transfronteiriços, transportadores, tripulantes de companhias aéreas, ou pessoal médico, estão isentos de quarentena, desde que não tenham tido contato com pessoas infectadas com coronavírus.

Mais restrições às chegadas da UE

A segunda medida é que, a partir do mesmo dia, as chegadas por via marítima e aérea dos países Schengen, o espaço europeu de livre-circulação, serão restritas.
Isso significa que de países como França, Alemanha ou Bélgica, apenas cidadãos espanhóis, residentes na Espanha, trabalhadores transfronteiriços, profissionais da saúde, ou aqueles que documentam causas de força maior, poderão entrar de navio e avião.

Essa restrição é adicionada ao fechamento das fronteiras terrestres com França e Portugal, em vigor desde 17 de março, e às restrições para viajantes vindos de fora do espaço Schengen, aplicadas desde 23 de março.
"A evolução favorável da situação epidemiológica em nosso país e o início do desconfinamento tornam necessário reforçar as medidas de controle", explica o governo no BOE.

Ambas as medidas permanecerão em vigor enquanto durar o estado de emergência pela pandemia, ou seja, até 24 de maio. Poderão ser prolongadas, se o referido dispositivo excepcional for estendido.
Os estrangeiros que possuem casas na Espanha - como acontece na ilha de Maiorca, onde milhares de alemães passam o verão - não poderão viajar, já que "o simples fato de possuir uma casa não prova residência na Espanha", afirma o Executivo.

Além disso, essas chegadas seriam uma "contradição" quando os próprios espanhóis são proibidos de ir para suas residências secundárias, se estiverem localizadas em outra província, argumenta.
No início de maio, a França anunciou a exigência de quarentena para quem chegar do exterior, mas 24 horas depois afirmou que a medida não se aplicaria a viajantes no espaço Schengen.

O Reino Unido também anunciou que o isolamento de 14 dias será estabelecido para as pessoas que chegarem do exterior.

176 mortos

A Espanha é um dos países mais afetados pela pandemia no mundo, com 26.920 mortes registradas até agora pelo Ministério da Saúde, 176 a mais do que na segunda-feira.

Os casos confirmados totalizam 228.030, ou seja, 426 a mais em 24 horas.

Ambos os dados mantêm a tendência dos últimos dias, segundo o diretor do Centro de Emergências em Saúde, Fernando Simón, afirmando que "a evolução da epidemia está sendo muito boa" no país.

Simón defendeu as restrições de viagem, explicando que "precisamos fazer um exercício de prevenção" e evitar a importação de casos de países "onde continua havendo transmissão" do vírus.

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