Fila de desempregados na Espanha: ao alto desemprego entre os jovens soma-se uma taxa de abandono escolar de 25%. (Jasper Juinen/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2013 às 16h22.
Madri - O governo conservador espanhol aprovou nesta sexta-feira uma polêmica reforma do sistema educacional, duramente atingido pelos cortes orçamentários, para reduzir o elevado nível de fracasso escolar em um país com um desemprego juvenil superior a 57%.
"Precisamos de uma remodelação urgente de todo o sistema educacional porque não podemos permitir os números de fracasso, abandono escolar e desemprego juvenil do sistema", afirmou a porta-voz do executivo, Soraya Sáenz de Santamaría, após a reunião do conselho de ministros.
A medida aprovada pelo governo, que será debatida no Congresso dos deputados - onde o partido governamental dispõe de maioria absoluta -, é "uma das reformas mais importantes na agenda do governo" de Mariano Rajoy, no poder desde dezembro de 2011, acrescentou o ministro da Educação, Ignacio Wert.
Afundada na recessão, a Espanha sofre com uma taxa de desemprego histórica superior a 27%, que entre os jovens de 16 a 24 aos dispara a 57,22%.
Ao alto desemprego entre os jovens soma-se uma taxa de abandono escolar de 25%, "o dobro em comparação com o resto dos países da UE", disse Sáenz de Santamaría.
Quase um quarto (23,5%) dos jovens entre 15 e 29 anos não trabalham ou estudam, acrescentou.
"O investimento em educação duplicou na última década e o fracasso também", afirmou a número dois do governo, em referência às críticas da comunidade acadêmica pela redução de 3 bilhões de euros anuais do orçamento educacional, dentro do drástico plano de austeridade.
Os pontos chave da reforma, e também os mais controversos, são a flexibilização dos currículos escolares - que separa aos 15 anos os alunos encaminhados à formação profissional dos que querem cursar uma universidade - e a introdução de exames ao fim de cada etapa escolar para conseguir o título correspondente.
Milhares de professores e estudantes protestaram no dia 9 de maio na Espanha pedindo a renúncia de Wert por uma reforma que consideram discriminatória e que também não convence os demais grupos políticos.