EMBATE: partidos espanhóis continuam as desavenças e ainda não chegaram a um acordo sobre quem assume a presidência; a economia vai bem, obrigado / Javier Barbancho/Reuters (Javier Barbancho/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2016 às 20h44.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h35.
Será que hoje termina o impasse espanhol? Desde 20 de dezembro de 2015, quando foram realizadas as eleições legislativas, a Espanha está sem presidente por falta de acordo entre os 14 partidos do parlamento. Nesta quinta-feira, o Rei Felipe VI encerra sua rodada de três dias de reuniões com os partidos para tentar chegar, enfim, a um consenso.
O presidente interino Mariano Rajoy, que ocupa o cargo que manteve nos últimos quatro anos, é o favorito para liderar o país num novo ciclo. Nas eleições legislativas de 26 de junho, seu partido, o Popular, garantiu 137 das 350 cadeiras do Congresso. Desde então, tem tentado costuras com outros partidos de direita — vencidos mais pelo cansaço do que pelos argumentos. Mas dois dias da série “encontros com o Rei” já se passaram e o Partido Popular continua sem garantir as 39 cadeiras que faltam para a maioria.
Para esta última rodada, ficaram os partidos com maior representação. Se encontram hoje os líderes Albert Rivera (Ciudadanos), Pablo Iglesias (Podemos), Mariano Rajoy (PP) e Pedro Sánchez (PSOE), líder do partido de esquerda mais bem votado, que detém 90 cadeiras atualmente. Rajoy tem estendido sua mão a Sánchez, em busca de uma grande aliança para governar o país, mas o socialista tem se mostrado irredutível. Nenhum dos partidos espanhóis está disposto a encarar novas eleições — seria a terceira vez em menos de um ano.
A boa notícia é que o PIB espanhol deve crescer 2,9% este ano e, ontem, a União Europeia decidiu livrar a Espanha e Portugal de multas por não cumprir as metas orçamentarias acertadas. Enquanto a economia e a Europa ajudarem, os políticos espanhóis têm pouco incentivo para se acertar.