Imagem de arquivo datada de 8 de outubro de 2024 do então embaixador da Espanha na Colômbia, Joaquín María de Arístegui, durante cerimônia em Bogotá (Colômbia). O Governo espanhol nomeou Joaquín María de Arístegui Laborde como novo embaixador em Buenos Aires (Carlos Ortega/EFE)
Agência de Notícias
Publicado em 29 de outubro de 2024 às 12h22.
Última atualização em 29 de outubro de 2024 às 12h59.
O governo da Espanha nomeou Joaquín María de Arístegui Laborde como novo embaixador em Buenos Aires, com o que normaliza as relações diplomáticas com a Argentina após a retirada da embaixadora anterior no último mês de maio devido aos insultos proferidos pelo presidente argentino, Javier Milei, contra o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez.
Fontes do Ministério das Relações Exteriores espanhol confirmaram nesta terça-feira a nomeação de Joaquín María de Arístegui, até então embaixador na Colômbia e membro de uma renomada família de diplomatas, que foi definida durante um Conselho de Ministros realizado hoje.
Na sequência desta decisão, uma declaração conjunta de ambos os governos destacou que Espanha e Argentina são “povos irmãos, unidos por profundos laços humanos e sociais”.
O comunicado acrescenta que a relação entre os dois Executivos “deve estar à altura da intensidade dos vínculos que unem os nossos povos e as nossas sociedades” e, nesse sentido, estão empenhados em reforçar as relações “para que atinjam o mais alto nível de confiança e respeito mútuo em termos políticos e institucionais".
A nomeação e a subsequente declaração conjunta puseram fim a uma crise diplomática que eclodiu no último mês de maio, quando Javier Milei visitou a Espanha e, em um evento do partido de extrema direita espanhol VOX, descreveu o presidente do governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, como “um tipo de gente aferrada ao poder" e chamou sua esposa, Begoña Gómez, de "corrupta".
Perante estas declarações do argentino, o chanceler espanhol convocou o embaixador argentino em Madri para transmitir a “exigência” de uma “retificação pública”.
Longe de retificar-se, o presidente do país sul-americano chamou de “covarde” o chefe do Executivo espanhol, por quem disse ter se sentido “agredido”.
Estas palavras provocaram o rompimento das relações diplomáticas, em uma crise sem precedentes que provocou também confrontos entre os partidos espanhóis, uma vez que a oposição conservadora considerou a medida desproporcional.