Mundo

Espanha negará extradição de acusados de crimes nos anos 70

Ministro espanhol disse que seu país negará extradição de 20 acusados pela Argentina por crimes cometidos durante o franquismo


	Interpol: seção argentina da Interpol solicitou hoje a Madri dados de identificação dos acusados
 (Wikimedia Commons)

Interpol: seção argentina da Interpol solicitou hoje a Madri dados de identificação dos acusados (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2014 às 13h53.

Madri - O ministro da Justiça da Espanha, Rafael Catalá, afirmou nesta quarta-feira que seu país negará a extradição de 20 acusados pela Argentina por crimes cometidos nos anos 70, argumentando que eles estão prescritos e são anteriores à Lei de Anistia.

A Interpol solicitou hoje à Espanha a detenção preventiva com fins de extradição desses acusados em uma causa por crimes do franquismo, entre os quais estão os ex-ministros Rodolfo Martín Villa e José Utrera Molina.

O ministro da Justiça disse à imprensa no Congresso dos Deputados espanhol que, com os casos antecedentes que existem na Audiência Nacional por fatos similares, "a resolução será equivalente", ou seja, "negar a extradição porque são crimes prescritos na Espanha, onde além disso há uma Lei de Anistia".

Catalá se referiu aos casos do ex-policial Juan Antonio González Pacheco e do ex-guarda civil Jesús Muñecas Aguilar, cujas extradições foram rechaçadas pela Audiência Nacional.

No entanto, o ministro declarou que "terá que ser estudada a ordem" de detenção da Interpol, mas que a decisão final corresponderá à Audiência Nacional e ao Ministério do Interior.

A seção argentina da Interpol solicitou hoje a Madri dados de identificação dos acusados, como requisito "indispensável" prévio à emissão de uma ordem de "prisão internacional em forma completa" para que possam ser interrogados pela juíza da causa, María Servini.

Entre os responsabilizados está Martín Villa, ministro de Relações Sindicais entre 1975 e 1976 após ter ocupado cargos de responsabilidade no regime franquista, por sua eventual responsabilidade na morte, em março de 1976, de cinco trabalhadores em uma ação policial.

Utrera Molina, ministro da Habitação em 1973 e ministro secretário-geral do Movimento (1974-75), é responsabilizado pela pena de morte aplicada ao anarquista Salvador Puig Antich em 74.

As últimas penas de morte aplicadas na Espanha foram em 1975 e, em relação a elas, estão envolvidos ex-governantes daquele ano, como Fernando Suárez, ex-vice-presidente do governo, Antonio Carro (ex-ministro da presidência) e José María Sánchez Ventura Pascual (ex-titular da pasta de Justiça).

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaCrimeDitaduraEspanhaEuropaPiigs

Mais de Mundo

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde