Mundo

Espanha, Irlanda e Noruega estão dispostas a reconhecer o Estado palestino

Presidente espanhol Pedro Sánchez pretende encontrar-se na próxima semana com os líderes de Portugal, Eslovênia e Bélgica com o mesmo propósito de angariar apoio

Os chefes dos governos da Espanha, Pedro Sánchez, e da Noruega, Jonas Gahr Stoere, durante coletiva de imprensa em Oslo, em 12 de abril de 2024 (AFP)

Os chefes dos governos da Espanha, Pedro Sánchez, e da Noruega, Jonas Gahr Stoere, durante coletiva de imprensa em Oslo, em 12 de abril de 2024 (AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 12 de abril de 2024 às 17h10.

Última atualização em 12 de abril de 2024 às 17h49.

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, que visitou a Noruega e a Irlanda nesta sexta-feira, 12, com a esperança de conseguir apoio para o reconhecimento da Palestina como Estado, obteve o compromisso de ambos os países europeus.

Após receber pela manhã, em sua parada em Oslo, o suporte do primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Store, à tarde, em Dublin, conseguiu também unir à sua causa seu par irlandês, Simon Harris.

"Acreditamos que o momento está chegando. Achamos importante avançar com outros países e gostaríamos de avançar quando chegar o momento adequado", afirmou o primeiro-ministro irlandês, de centro-direita, após a reunião entre os dois.

O presidente socialista do governo da Espanha apoiou as palavras do líder irlandês.

"A comunidade internacional não poderá ajudar a Palestina se não reconhecer sua existência. Nossos dois países se comprometeram a reconhecer publicamente a Palestina como Estado quando as condições forem apropriadas e apoiá-la como membro pleno das Nações Unidas", disse Sánchez.

Harris expressou-se nos mesmos termos: "O povo da Palestina tem buscado há muito tempo a dignidade de seu próprio país e sua soberania, um lar que, como a Irlanda e a Espanha, possa ocupar seu lugar entre as nações da Terra", declarou.

Turnê de Sánchez

Depois de se reunir com os líderes da Noruega e da Irlanda, a intenção de Sánchez é encontrar-se na próxima semana com os de Portugal, Eslovênia e Bélgica com o mesmo propósito de angariar apoio para o reconhecimento do Estado palestino.

Diante da pergunta se a Irlanda e a Espanha planejam reconhecer o Estado palestino ao mesmo tempo, Sánchez afirmou que a ideia é "tomar uma decisão coordenada".

"Irlanda e Espanha concordam. A violência deve cessar. [O primeiro-ministro israelense Benjamin] Netanyahu não tem um plano claro de paz. Devemos nos envolver e fornecer soluções para esta terrível situação. Ignorar não é aceitável", disse.

No encontro anterior do presidente espanhol com o premiê norueguês, Jonas Gahr Store, em Oslo, o país escandinavo também mostrou disposição para o reconhecimento do Estado palestino.

"A Noruega está disposta a tomar a decisão de reconhecer um Estado palestino", anunciou o primeiro-ministro trabalhista.

"Essa decisão deve ser tomada no momento e em um contexto, no quadro de uma coordenação estreita com países que compartilham essa ideia. Não estabelecemos um calendário preciso", explicou.

Sánchez defendeu esta semana perante o Congresso em Madri que a Espanha "está pronta para reconhecer o Estado palestino".

Também foi muito crítico com o governo israelense de Netanyahu durante sua ofensiva em Gaza após os ataques de 7 de outubro, afirmando que sua resposta foi "absolutamente desproporcional".

“Neste semestre”

Em uma recente visita ao Oriente Médio, Sánchez disse aos jornalistas que o reconhecimento poderia acontecer em breve.

"Devemos considerar seriamente fazê-lo neste semestre", afirmou o líder socialista, citado entre outros pelo jornal La Vanguardia, um dos veículos que o acompanharam.

O Congresso espanhol já apoiou em 2014 o reconhecimento da Palestina com o apoio de todos os grupos, em um momento em que o conservador Partido Popular (PP) estava no poder.

A Espanha não estabeleceu relações diplomáticas com Israel até 1986, quase 40 anos após a criação desse Estado.

O conflito no território palestino eclodiu em 7 de outubro de 2023 após o ataque do movimento islamista palestino Hamas ao sul de Israel, que deixou 1,17 mil mortos, a maioria civis, segundo um levantamento da AFP baseado em números israelenses.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e lançou uma ofensiva que já deixou 33.634 mortos em Gaza, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território, governado pelo Hamas.

Acompanhe tudo sobre:EuropaEspanhaIrlandaNoruegaPalestina

Mais de Mundo

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru

Alta tecnologia e inovação global: destaques da exposição internacional em Shenzhen