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Espanha e Portugal retornam progressivamente à normalidade após apagão

Tráfego aéreo e ferroviário ainda enfrentam dificuldades após interrupção de energia na Península Ibérica

Apagão na Península Ibérica: Espanha e Portugal enfrentam grandes perturbações no fornecimento de energia e começam a retomar serviços essenciais (THOMAS COEX / AFP)

Apagão na Península Ibérica: Espanha e Portugal enfrentam grandes perturbações no fornecimento de energia e começam a retomar serviços essenciais (THOMAS COEX / AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 29 de abril de 2025 às 10h22.

Última atualização em 29 de abril de 2025 às 10h25.

O fornecimento de energia elétrica foi restabelecido quase por completo nesta terça-feira, 29, na Espanha e em Portugal, o que permite um retorno progressivo à normalidade, após um apagão total que durou entre 10 e 20 horas.

"Após uma noite intensa, foi possível restabelecer 99,95% da demanda energética", escreveu na rede social X na manhã de terça-feira, 29, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que agradeceu a "responsabilidade e civismo" da população durante o inédito corte de energia.

Em Portugal, a rede elétrica estava "perfeitamente estabilizada", anunciou o operador REN.

Na Espanha, o retorno da eletricidade permitiu a retomada do tráfego ferroviário em vários trajetos importantes, entre eles os movimentados Madri-Barcelona e Madri-Sevilha, segundo a companhia nacional Renfe.

A circulação permanecia, no entanto, suspensa em outras linhas importantes, já que as autoridades priorizaram o reinício das viagens nos eixos suburbanos.

Em um discurso na segunda-feira à noite, Sánchez admitiu que as causas do apagão excepcional ainda não eram conhecidas e que não era possível descartar "nenhuma hipótese".

"Às 12h33 desta manhã, 15 gigawatts de geração foram repentinamente perdidos do sistema [...] em apenas cinco segundos. Isso é algo que nunca aconteceu antes", disse o dirigente socialista, em referência ao início do apagão.

"Quinze gigawatts equivalem a aproximadamente 60% da demanda do país nesse momento", detalhou. "O que provocou este desaparecimento súbito do fornecimento? É algo que os especialistas ainda não conseguiram determinar, mas vão fazê-lo", prometeu Sánchez.

Um dia após o grande apagão, a Espanha tentava retornar à normalidade.

Pouco depois do meio-dia de segunda-feira, grande parte da Península Ibérica ficou sem energia elétrica.

Com os semáforos apagados, a polícia se esforçou para dirigir um trânsito caótico que congestionou as principais vias urbanas. As autoridades instaram a população a evitar o uso de veículos, mas, sem eletricidade, muita gente não recebeu os avisos.

O administrador espanhol das infraestruturas ferroviárias (Adif) anunciou na rede X que estavam "suspensos os serviços ferroviários de todas as companhias até segundo aviso", e pediu à população que não se dirigisse para as estações.

Sem "indícios" de ciberataque

Na segunda-feira, Sánchez havia declarado que o apagão desencadeou uma "interrupção generalizada do abastecimento em toda a Península Ibérica e em algumas regiões do sul da França" que afetou milhões de pessoas e gerou "perdas econômicas nos negócios, nas empresas, na indústria".

O premiê pediu à população que limitasse o uso de seus celulares, para evitar congestionar a rede, e assinalou que as telecomunicações estavam "em um momento crítico".

Em Bruxelas, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou na rede X que "não há indícios" de que o apagão foi causado por um ciberataque.

Diante da falta de abastecimento elétrico externo, os reatores das centrais nucleares espanholas que estavam em funcionamento "pararam automaticamente", indicou o Conselho de Segurança Nuclear, um procedimento normal nesses casos.

O tráfego aéreo também sofreu grandes perturbações, especialmente nos aeroportos de Madri, Barcelona e Lisboa, segundo o órgão encarregado de monitorar o tráfego aéreo europeu, Eurocontrol.

"Estava no escritório quando meu computador de repente desligou", contou à AFP Edgar Pereira, um profissional de publicidade de 34 anos em Lisboa.

Outros países que também passaram por grandes cortes de energia, sem que fossem provocados diretamente por fenômenos meteorológicos: a Tunísia em setembro de 2023, o Sri Lanka em agosto de 2020, Argentina e Uruguai em junho de 2019 e a Índia, onde metade do país sofreu um apagão gigante em julho de 2012.

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