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Espanha deixa Afeganistão após 14 anos de missão

Desde que em janeiro de 2002 chegaram os primeiros 350 militares a Cabul, mais de 18 mil passaram pelo Afeganistão.


	Campo no Afeganistão: missão espanhola custou cerca de 3,7 bilhões de euros
 (REUTERS/Stringer)

Campo no Afeganistão: missão espanhola custou cerca de 3,7 bilhões de euros (REUTERS/Stringer)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2015 às 21h36.

Madri - As tropas espanholas desdobradas no Afeganistão saem do país asiático após quase 14 anos de missão, a mais longa, custosa e com o maior número de mortos.

Após baixar a bandeira neste sábado na base de Herat, em um ato presidido pela vice-presidente do Governo espanhol, Soraya Saénz de Santamaría, permanecerão em Cabul 20 soldados, que apoiarão a formação das instituições vinculadas à defesa do governo afegão.

O último contingente está formado por mais de 460 militares, até hoje em Herat e que serão recuados agora à Espanha, e que trabalharam para a operação Resolute Support da Otan, que começou oficialmente em 1º de janeiro de 2015 em substituição da Isaf, a Força Internacional de Segurança e Assistência, também da Aliança, em apoio ao governo afegão.

Desde que em janeiro de 2002 chegaram os primeiros 350 militares a Cabul, mais de 18 mil passaram pelo Afeganistão, uma missão na qual morreram 96 militares, dois guardas civis e dois intérpretes e custou cerca de 3,7 bilhões de euros.

A do Afeganistão é a missão que mais vidas custou à Espanha, seguida da missão da Bósnia-Herzegovina, com 23 mortos. Também é a primeira missão onde as tropas espanholas sofreram um atentado suicida.

A Resolute Support, que obteve a autorização parlamentar em 18 de dezembro de 2014, tem como objetivo proporcionar treino, assessoria e assistência às instituições de segurança afegãs, até que estas possam ficar plenamente sem apoio internacional.

As forças da Otan estão presentes nas diversas regiões do país e, posteriormente, a presença se reduzirá a Cabul.

A Espanha contribui mantendo sua participação no quartel-geral da missão em Cabul e na província de Herat onde, coincidindo com o início da Resolute Support, cedeu à Itália o comando da base após quase dez anos à frente da mesma.

Até agora, os soldados espanhóis continuaram prestando serviço na FSB (Forward Support Base) a fim de manter o funcionamento do aeroporto internacional de Herat, até a transferência de responsabilidades às autoridades afegãs. Eles também proporcionaram o serviço médico com o hospital Role 2.

O contingente espanhol permanece também no quartel-general da região Oeste.

A missão de combate da Isaf finalizou oficialmente em 31 de dezembro de 2014. A Espanha participou após um acordo do Conselho de Ministros do 27 de dezembro de 2001, pelo qual o governo espanhol autorizou a participação de unidades militares e em 25 de janeiro de 2002 iniciou o desdobramento de um Agrupamento em Cabul.

Após o retorno em junho de 2014 da unidade de inteligência que administrava os aviões não-tripulados e o destacamento aéreo que contava com um avião Hércules, a maioria dos soldados espanhóis se encontrava na base de apoio avançado (FSB) de Herat.

Em setembro de 2013, a Espanha já tinha se despedido da província de Badghis, sua zona de responsabilidade na guerra do Afeganistão e entregou às autoridades afegãs sua principal base em Qala i Naw. Em meses anteriores, cedeu os postos de combate (COP) em Ludina, Darra, Bum e Moqur.

A maior contribuição da Espanha à Isaf ocorreu em 2010, após a aprovação pelo Congresso de um desdobramento máximo de 1.549 soldados. Um total de 50 países chegaram a integrar a missão, que em 2011 contou com o máximo de soldados desdobrados, até 140 mil pessoas.

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