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Espanha condena morte de Khashoggi, mas defende venda de armas à A.Saudita

A Espanha enfrenta um dilema: condenar o regime saudita ou manter o contrato para a construção de cinco navios militares para o país árabe

Jamal Khashoggi: jornalista saudita foi assassinado no consulado da Arábia Saudita em Istambul no dia 2 de outubro (Osman Orsal/Reuters)

Jamal Khashoggi: jornalista saudita foi assassinado no consulado da Arábia Saudita em Istambul no dia 2 de outubro (Osman Orsal/Reuters)

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EFE

Publicado em 24 de outubro de 2018 às 08h57.

Última atualização em 24 de outubro de 2018 às 08h58.

Madri - O presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez, condenou nesta quarta-feira, "sem paliativos", o "terrível" assassinado do jornalista saudita Jamal Khashoggi, mas justificou a manutenção da venda de armas à Arábia Saudita com base na defesa dos interesses da Espanha e do trabalho em setores estratégicos como os estaleiros.

"Se me perguntam onde eu tenho que estar hoje eu respondo: é aqui, na defesa dos interesses da Espanha, do trabalho de setores estratégicos, muitos deles situados em áreas muito afetadas pelo drama do desemprego", afirmou Sánchez.

Em seu comparecimento no plenário do Congresso dos Deputados para falar sobre o assunto, o presidente de governo espanhol afirmou que o "terrível crime" contra Khashoggi deve ser investigado e que a Justiça deve atuar para que "todo o peso da lei caia" sobre os responsáveis.

No entanto, Sánchez afirmou que isso "não pode, nem deve impedir" que ele e seu governo atuem "com responsabilidade" na defesa dos interesses nacionais.

A Espanha enfrenta um dilema: condenar o regime saudita e aderir à suspensão da venda de armas anunciada pela Alemanha, ou manter o contrato para a construção de cinco navios militares para o país árabe.

Esse contrato está a cargo do estaleiro Navantia, de propriedade estatal e situado na baía de Cádiz, no sul do país, uma das regiões com maior nível de desemprego da Espanha, e onde trabalhadores e sindicatos reivindicam que a manutenção do contrato, que está avaliado em 1,8 bilhão de euros e que criaria aproximadamente 6 mil empregos.

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