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Espanha barra novo mandato de Puigdemont na Catalunha

O governo da Espanha barrou a candidatura do líder catalão, Carles Puigdemon, e os separatistas terão que escolher outro candidato para as eleições

Puigdemont: o líder catalão está na Alemanha aguardando a extradição para a Espanha (Carsten Koall/Getty Images)

Puigdemont: o líder catalão está na Alemanha aguardando a extradição para a Espanha (Carsten Koall/Getty Images)

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AFP

Publicado em 9 de maio de 2018 às 10h31.

O governo espanhol barrou nesta quarta-feira a reeleição de Carles Puigdemont como presidente regional da Catalunha, forçando os separatistas a escolher entre desistir de seu líder para liderar a região e realizar novas eleições.

Os separatistas venceram as eleições regionais realizadas em dezembro, mas se não escolherem um novo presidente até 22 de maio os catalães serão automaticamente chamados às urnas novamente.

Em contrapartida, a eleição de um presidente que formaria seu governo permitiria tirar a região da tutela de Madri, imposta após a tentativa frustrada de independência em 27 de outubro do ano passado.

Em reunião extraordinária, o Conselho de Ministros do conservador Mariano Rajoy decidiu apresentar no Tribunal Constitucional um recurso contra a reforma promovida do Parlamento catalão para permitir uma presidência à distância de Puigdemont, atualmente na Alemanha e à espera de um processo de extradição para a Espanha.

"Nenhum candidato à presidência da Generalitat da Catalunha pode ser investido se não estiver presente no Parlamento", afirmou o porta-voz do governo espanhol, Inigo Mendez de Vigo, ressaltando que Puigdemont é um "foragido da justiça".

Quando o Tribunal Constitucional, que já impediu em janeiro a posse à distância do líder separatista, aceitar o recurso, a reforma será suspensa de forma cautelar, barrando a possibilidade de Puigdemont se tornar presidente.

Seu grupo parlamentar, Juntos pela Catalunha, anunciou no sábado que tentaria empossar Puigdemont em 14 de maio para cumprir sua promessa de campanha de fazê-lo retornar à presidência da qual foi demitido no final de outubro pelo governo central após a declaração unilateral de independência.

Mas já deram a entender que, se isso não for possível, apresentariam um candidato alternativo para formar um governo na região, que está há seis meses sob controle de Madri.

Antes da reunião, Rajoy declarou no Congresso que seu objetivo é "formar um governo na Catalunha e acabar com uma situação de provisoriedade que não leva a nada".

"Vamos contestar uma decisão que permite que um fugitivo, vivendo no exterior, possa tomar posse (...) é um absurdo", declarou.

Até o momento, todos os candidatos indicados pelos separatistas para assumir a presidência foram bloqueados pela justiça: além de Puigdemont, seus dois sucessores, o ativista Jordi Sanchez e o ex-porta-voz do governo Jordi Turull, estão na prisão.

Seus adversários os acusam de apresentar deliberadamente candidaturas inelegíveis para "se fazerem de vítimas".

"Não é culpa nem do Estado, nem do governo, nem dos juízes, nem desta câmara, se vocês são incapazes de formar um governo", lançou Rajoy a um deputado separatista no Senado.

Como a outros sete líderes do movimento de independência, o juiz do Supremo Tribunal encarregado de investigar a tentativa de secessão decretou prisão preventiva aos processá-los por rebelião, desobediência e peculato.

 

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