EI: "devemos estar muito atentos para impedir que cometam atos de terrorismo ou que contribuam para radicalizar cidadãos da UE" (Dado Ruvic/Reuters)
EFE
Publicado em 16 de dezembro de 2017 às 12h23.
Madri - O governo da Espanha advertiu que a derrota do Estado Islâmico (EI) na Síria terá "inevitavelmente" repercussões, como o retorno de guerrilheiros jihadistas de nacionalidades europeias aos seus países de origem.
Em declarações à Agência Efe, o ministro espanhol de Relações Exteriores, Alfonso Dastis, comentou que a vitória sobre as forças jihadistas e o anúncio dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel afetarão o equilíbrio político e a segurança do Oriente Médio.
Embora o EI tenha perdido a "base física" ao ser derrotado, "pode ganhar em infiltração fora dessa zona geográfica", onde estava implantado, alertou Dastis.
"E isso é o que tememos", que esses guerrilheiros, que provinham de outras áreas, sobretudo da Europa, "voltem e tornem a criar situações como as que criaram em várias cidades da União Europeia (UE), como Barcelona e Paris", disse o ministro.
Por isso, "devemos estar muito atentos para impedir que cometam atos de terrorismo ou que contribuam para radicalizar cidadãos da UE, mas com mentalidade extremista do islamismo radical, a qual temos que combater".
Dastis calculou que cerca de 200 membros do EI são espanhóis ou residentes na Espanha (segundo dados de 2016 do Centro Memorial das Vítimas do Terrorismo).
O governo espanhol continuará envolvido na luta contra o EI e participando da coalizão internacional contra o terrorismo jihadista.
"A Espanha vai continuar no Iraque, vai continuar contribuindo na Síria e em todos os lugares onde é preciso contribuir para a reestruturação e reconstrução", ressaltou Dastis.
A contribuição espanhola inclui as operações em Mali, em apoio aos países do Sahel e a operações de países europeus.
Em relação à decisão do presidente americano, Donald Trump, sobre Jerusalém, Dastis disse: "Parece contraproducente e acreditamos que não ajuda a manter a tranquilidade que necessária em uma negociação".
No entanto, isso não quer dizer que os EUA não sejam mais um possível mediador no conflito entre Israel e os palestinos, mas sim que "têm que ser parte do esforço conjunto" para pacificar a região, opinou Dastis.