Strauss-Kahn pode ser, inclusive, libertado de sua prisão domiciliar diante das novas evidências, noticiou o jornal ( Allan Tannenbaum/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2011 às 17h42.
Paris - A escritora francesa Tristane Banon, de 32 anos, entrará com uma ação contra o ex-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn na terça-feira, alegando que ele tentou estuprá-la num incidente há nove anos, disse o advogado dela à Reuters na segunda-feira.
A medida ocorre quando um caso nos Estados Unidos contra Strauss-Kahn envolvendo acusações de tentativa de estupro e agressão sexual a uma funcionária de um hotel parece estar próximo ao fim, depois que promotores reconheceram que ela mentiu sob juramento e mudou sua história.
A reviravolta no caso de Nova York levou alguns a pedirem pelo retorno do ex-ministro das Finanças da França à política.
O advogado David Koubbi disse que a ação movida por Banon relatará um incidente ocorrido quando ela foi entrevistar Strauss-Kahn em um apartamento em Paris. Na época, ela tinha 22 anos.
"Tristane Banon entrará com uma ação na terça-feira por tentativa de estupro em Paris", disse Koubbi.
"Esses atos são extremamente graves", acrescentou ele. "Esses eventos foram combinados com uma violência que foi absolutamente chocante para esse tipo de situação."
A ação de Banon, que também é jornalista e escreveu um livro e dois romances, ocorre depois da libertação de Strauss-Kahn da prisão domiciliar em Nova York na sexta-feira, depois que os promotores disseram duvidar da credibilidade da acusadora, nascida na Guiné.
Koubbi não disse se o momento do processo foi afetado pelos acontecimentos em Nova York. Antes da prisão dele em maio, Strauss-Kahn era considerado a melhor chance da esquerda para vencer a eleição de 2012.
De acordo com a lei francesa, a acusação de tentativa de estupro pode ser levada à Justiça até dez anos depois do suposto ataque. A agressão sexual, por sua vez, vence depois de três anos.
Koubbi disse várias vezes nas últimas semanas que sua cliente estava considerando mover uma ação contra Strauss-Kahn pelo incidente, que, segundo disse na segunda-feira, aconteceu no começo de 2003, e não em 2002, como havia sido noticiado anteriormente.