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Escócia dará primeiro passo para novo referendo de independência

Um dia antes de notificar oficialmente a saída de Londres da UE, Theresa May verá sobre a mesa a demanda de um referendo que chamou de "inaceitável"

Nicola Sturgeon: o Partido Conservador na Escócia, o Trabalhista e o liberal-democrata já adiantaram que devem se opor à proposta (Jeff J Mitchell/Getty Images)

Nicola Sturgeon: o Partido Conservador na Escócia, o Trabalhista e o liberal-democrata já adiantaram que devem se opor à proposta (Jeff J Mitchell/Getty Images)

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EFE

Publicado em 28 de março de 2017 às 09h01.

Última atualização em 28 de março de 2017 às 11h39.

Edimburgo - O Parlamento da Escócia solicitará nesta terça-feira a Londres a organização de um novo referendo de independência, descontente com a saída da Grã-Bretanha da UE, um cenário que vai testar a solidez do Reino Unido.

Um dia antes da primeira-ministra britânica Theresa May notificar oficialmente a saída de Londres da União Europeia, o que tornará a situação praticamente irreversível, a chefe de Governo verá sobre a mesa a demanda de um referendo que já chamou de "inaceitável", mas que poucos acreditam que poderá impedir.

Sem um artigo na Constituição que o proíba, May não tem praticamente outra opção que tentar adiar o referendo o máximo possível para que não coincida com os dois anos de negociações com Bruxelas sobre os termos do divórcio UE-Reino Unido.

O Partido Nacional Escocês (SNP) da primeira-ministra regional Nicola Sturgeon, favorável à independência, precisa do apoio dos Verdes para aprovar o pedido, o que é considerado praticamente certo.

A votação deve acontecer por volta das 16H00 GMT (13H00 de Brasília).

May viajou a Escócia na segunda-feira para uma reunião com Sturgeon, em uma última tentativa de aproximar as posições, mas nenhuma das duas mudou de opinião.

"Minha posição é muito simples e não mudou", afirmou May em uma entrevista à agência britânica Press Association.

"Agora não é o momento de falar de um segundo referendo de independência", destacou.

Antes, em um discurso, descreveu a união de Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales como "uma força imparável".

Sturgeon, que deseja o referendo no fim de 2018 ou início de 2019, insistiu após o encontro que "os escoceses podem tomar uma decisão bem fundamentada sobre seu futuro" neste prazo e que não há motivo para esperar mais.

Após a aprovação da demanda de referendo pelo Parlamento escocês, o Parlamento britânico, onde os conservadores de May têm maioria absoluta, deverá se pronunciar a respeito.

Tanto a Câmara dos Comuns como a dos Lordes precisam autorizar, o que tecnicamente consistiria em aprovar a transferência a Edimburgo do poder de organizar o plebiscito.

May poderia aceitar a votação do Parlamento britânico, mas negar-se a assinar a transferência até depois do Brexit. Além da data, ela e Sturgeon teriam que negociar a pergunta a ser feita no plebiscito.

No referendo de 2014, a permanência no Reino Unido venceu por 55% a 45%. A votação aconteceu com o compromisso de definir o tema por pelo menos uma geração.

Mas os defensores da independência da Escócia alegam que em seu programa eleitoral constava que no caso de "uma mudança material das circunstâncias" eles solicitariam um novo plebiscito.

A mudança aconteceu com o Brexit. Os escoceses votaram majoritariamente a favor da permanência na UE, mas seu voto se viu diluído a nível nacional. Sturgeon acusa May de não ter levado a Escócia em consideração nos preparativos para as negociações com Bruxelas, ao descartar, por exemplo, a permanência no mercado único europeu.

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