A 300 anos a Escócia faz parte do Reino Unido (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de janeiro de 2012 às 12h02.
Edimburgo - O principal ministro da Escócia, Alex Salmond, revelou nesta quarta-feira que a pergunta que será feita aos escoceses no plebiscito previsto para 2014 será: 'Você quer que a Escócia seja um país independente?'.
Salmond expôs nesta quarta-feira no Parlamento de Edimburgo o plano para convocar um plebiscito sobre a independência da Escócia, que há 300 anos faz parte do Reino Unido.
Ao divulgar seu projeto, o político nacionalista disse que seu objetivo é dar aos escoceses a possibilidade de comparecer às urnas para tomar uma decisão 'direta' e 'clara' e que deveriam ter direito ao voto as pessoas que moram na Escócia e tenham pelo menos 16 anos.
O líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP, em sua sigla em inglês) classificou a votação como a 'decisão mais importante para a população da Escócia em 300 anos', em referência ao tempo transcorrido desde a chamada Ata de União de 1707, que uniu a Inglaterra com a Escócia.
Por causa da importante decisão que os escoceses devem tomar, Salmond disse que é essencial que a votação seja 'justa, transparente e correta'.
'O povo que vive e trabalha na Escócia está melhor determinado para decidir seu futuro', afirmou Salmond, por isso que ele pretende ampliar o direito de participar do plebiscito aos escoceses 'de 16 e 17 anos'.
A justificativa do político é de que se nessa idade é permitido contrair matrimônio, se inscrever no Exército e pagar impostos, também é possível 'ter voz sobre o futuro constitucional' da Escócia.
O esperado discurso aconteceu, de forma simbólica, no dia do aniversário de nascimento de Robert Burns, o poeta nacional da Escócia (1759-1796).
O líder nacionalista quer a consulta para outono de 2014 porque se completarão 700 anos da batalha de Bannockburn, uma vitória escocesa sobre a Inglaterra nas guerras de independência da Escócia, e porque terá mais tempo para obter apoio.
Entretanto, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, quer que o plebiscito seja realizado em 2013, com o objetivo de pôr fim à incerteza, que considera prejudicial para a economia escocesa.
Salmond defende que uma Escócia independente será modelo de uma sociedade mais justa e tolerante graças às medidas implantadas em sua autonomia, além de considerar que tornará mais positivas as relações entre esta região e a Inglaterra.
As enquetes afirmam que o apoio à opção da independência, por enquanto não respaldada por uma grande maioria, é maior entre os escoceses mais jovens.