Partidários de lados opostos fazem campanha antes de referendo sobre a separação da Escócia do Reino Unido (Russell Cheyne/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2014 às 07h54.
Londres - Investidores e poupadores escoceses começaram a transferir bilhões de libras para Inglaterra com medo das consequências de uma eventual independência da Escócia, segundo consultoras de fundos e escritórios de advocacia.
"Todos começaram a tomar medidas", disse Chris Fisher, executivo-chefe dos administradores de fundo Multrees Investor Services, ao jornal "Financial Times".
"Se nossos clientes estão fazendo, então outras companhias de serviços financeiros também", garantiu Fischer. As últimas pesquisas indicaram que o apoio à independência ganhou força. O plebiscito será realizado em 18 de setembro.
O escritório de advocacia Turcan Connell, com sede em Edimburgo, capital da Escócia, admitiu que vem recebendo várias consultas de clientes preocupados com economias e investimentos.
"A grande pergunta é: meu dinheiro está seguro em um banco escocês?", disse Douglas Connell, sócio do escritório.
Os clientes estão "preocupados se haverá controle" sobre os bancos escoceses caso o "sim" vença no plebiscito, acrescentou Connell.
Os advogados estão introduzindo cláusulas especiais nos contratos de compra e venda de imóveis para que o preço da propriedade possa ser renegociado em caso de oscilação após uma eventual vitória do "sim".
"Os clientes estão preocupados com o desconhecido. Alguns estão prestes a se aposentar e estão preocupados com seus ativos", disse o especialista em serviços financeiros Claire Walsh.
O avanço do "sim" nas últimas pesquisas de opinião provocou inquietação nos mercados financeiros devido à incerteza das consequências da separação para o Reino Unido.
No plebiscito, os residentes na Escócia maiores de 16 anos poderão responder com um "sim" ou um "não" à pergunta: "A Escócia deve ser um país independente?".
No domingo, uma pesquisa feita pelo instituto YouGov e publicada pelo "Sunday Times" mostrou pela primeira vez o "sim" na frente, com 51% das intenções de voto, contra 49% do "não".