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Escassez de alimentos e combustível se agrava na Bolívia após uma semana de protestos

Trinta e dois policiais ficaram feridos nos confrontos com os agricultores, também foram registrados onze detidos e duas pessoas que morreram presas nos bloqueios que separam o leste do oeste do país

Os protestos, que começaram em oito trechos rodoviários, vêm aumentando e não têm sinais de solução (FERNANDO CARTAGENA/AFP/Getty Images)

Os protestos, que começaram em oito trechos rodoviários, vêm aumentando e não têm sinais de solução (FERNANDO CARTAGENA/AFP/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 29 de janeiro de 2024 às 15h29.

A Bolívia enfrenta escassez de alimentos e agora de combustível devido aos bloqueios que completam uma semana nesta segunda-feira, 29, sem sinais de acordo com os apoiadores de Evo Morales, que exigem a renúncia dos juízes que inabilitaram a sua nova candidatura presidencial para 2025.

"Hoje temos 25 pontos de bloqueio no país, gerando uma escassez nacional de alimentos e até de hidrocarbonetos", disse Jhonny Aguilera, vice-ministro do Regime Interior, em comunicado à imprensa.

Os protestos, que começaram em oito trechos rodoviários, vêm aumentando e não têm sinais de solução. Os manifestantes, liderados pelos cocaleiros, obstruem a passagem com troncos, pedras, pneus e fogueiras.

Sobem os números de feridos

Trinta e dois policiais ficaram feridos nos confrontos com os agricultores. Também foram registrados onze detidos e duas pessoas que morreram presas nos bloqueios que separam o leste do oeste do país.

As cidades mais afetadas pela escassez de produtos são La Paz, sede do governo, Cochabamba e Santa Cruz, região produtora e motor econômico do país.

Germán Jiménez, diretor da Agência Nacional de Hidrocarbonetos, alertou contra o risco de acidente com caminhões-tanque carregados de combustível que ficaram presos nos protestos.

"Pode ocorrer uma explosão", disse a autoridade ao canal Unitel.

Os apoiadores de Morales saíram às estradas para pedir a renúncia dos juízes constitucionais, que em dezembro inabilitaram o seu líder para a corrida presidencial de 2025.

Segundo sua decisão, o ex-presidente já cumpriu os dois mandatos permitidos pelas normas.

Protegido pelas reformas constitucionais, Morales ocupou a presidência entre 2006 e 2019, quando foi forçado a renunciar devido aos protestos que denunciavam fraudes nas eleições em que procurava obter um quarto mandato.

Os seus apoiadores alegam que os juízes deveriam renunciar após terem prorrogado os mandatos, devido aos obstáculos no Congresso - com uma maioria pró-governo - para convocar eleições no ano passado.

Os bloqueios agravaram ainda mais o confronto entre Morales e o presidente Luis Arce, seu ex-aliado e ex-ministro da Economia, a quem acusa de boicotar a sua candidatura com a ajuda de congressistas e juízes.

Ambos foram proclamados pelos seus seguidores como candidatos à presidência em 2025.

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