Hospital do MSF: a operação tinha a intenção de atacar uma instalação usada como centro de operações dos talibãs em Kunduz (Reuters / Stringer)
Da Redação
Publicado em 25 de novembro de 2015 às 08h21.
Washington - Uma combinação de erros humanos e técnicos provocou o bombardeio dos Estados Unidos a um hospital da organização Médicos sem Fronteiras (MSF) na cidade de Kunduz, no Afeganistão, deixando 30 mortos, segundo uma investigação interna do Pentágono que será divulgada nesta quarta-feira, mas que foi antecipada pelo jornal "The New York Times".
Um funcionário do alto escalão do Pentágono, que falou sob condição de anonimato, disse que ao jornal americano que o ataque equivocado ocorreu devido a uma "combinação de fatores".
As descobertas do relatório de quase 3 mil páginas elaborado pelo Pentágono sobre o bombardeio do último dia 3 de outubro, no qual morreram 30 pessoas, em sua maioria médicos e pacientes do hospital, serão reveladas hoje em um evento no Afeganistão.
Segundo as fontes militares consultadas pelo "The New York Times", o helicóptero de combate das Forças Especiais dos EUA que liderou a operação tinha a intenção de atacar uma instalação usada como centro de operações dos talibãs em Kunduz.
A tripulação do helicóptero não conseguiu localizar o prédio por meio das coordenadas recebidas e se baseou na descrição oferecida no terreno por tropas afegãs e militares americanos.
Com base nessas informações, o hospital da MSF foi bombardeado equivocadamente.
O ataque aéreo ocorreu na contraofensiva das tropas afegãs para recuperar a cidade Kunduz das mãos dos talibãs. A invasão foi a maior conquista militar dos insurgentes desde o fim de seu regime, após a invasão dos EUA em 2001.
O presidente americano, Barack Obama, pediu desculpas à MSF, e a Comissão Internacional Humanitária de Genebra iniciou uma investigação independente.
O Pentágono, por sua vez, admitiu que o bombardeio ao hospital foi um "erro" que passou pela cadeia de comando americano.