Turkish President Tayyip Erdogan attends a welcoming ceremony at the Presidential Palace in Asuncion, Paraguay December 2, 2018. REUTERS/Jorge Adorno (Jorge Adorno/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2018 às 07h24.
Última atualização em 3 de dezembro de 2018 às 07h58.
O presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan realiza, nesta segunda, uma visita ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e faz com que a comunidade internacional volte mais uma vez as atenções para a América do Sul.
Com o fim do encontro do G20 (20 maiores potências do mundo), no sábado, na Argentina, líderes de todo mundo aproveitam a viagem para realizar encontros bilaterais estratégicos. É o caso de Erdogan, que visita Maduro na segunda e visitou o Paraguai no domingo.
Ao jornal turco Yeni Sfak, o presidente turco afirmou que já teve oportunidades de se encontrar com Maduro em outras ocasiões, mas que esta será a primeira vez que ele vai ao país, para “discutir as relações econômicas e políticas em todos os seus aspectos”.
O encontro, porém, é mais político e ideológico do que para firmar acordos econômicos, uma vez que ambos os países se encontram em situações financeiras pouco favoráveis. Neste ano, a Turquia atingiu uma inflação de mais de 25%, registrando o maior número em 15 anos. Do outro lado, a Venezuela passa por uma grave crise financeira, com uma inflação projetada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em mais de 1.000.000%.
Conhecidos por uma posição mais crítica aos Estados Unidos, Venezuela e Turquia podem se unir para fortalecer a “aliança” contra o Ocidente. Vale lembrar que ambos são aliados da Rússia e da China, países que também mantêm um distanciamento político dos Estados Unidos.
O posicionamento crítico não é à toa. Em agosto deste ano, o governo americano impôs sanções contra a Turquia como represália à prisão do pastor Andrew Brunson. A Venezuela também sofreu represálias do país. Também em agosto, o governo dos Estados Unidos proibiu que empresários realizassem negócios com o governo venezuelano ou com a estatal petrolífera PDVSA.
A proibição foi mais um passo para dificultar que o país consiga dinheiro de fora, e aceite ajudas humanitárias para conter a crise interna.