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Erdogan pede que cessar-fogo na Síria exclua milícias curdas

O cessar-fogo entre o regime do presidente sírio e os grupos rebeldes, entrará em vigor na meia-noite de sábado, mas exclui o EI e a Frente al Nusra


	Tropas curdas: "Assim como o EI ficou de fora deste cessar-fogo, o PYD e YPG (partido e milícias curdo-sírias) deveriam ficar de fora", disse Erdogan
 (Azad Lashkari/Reuters)

Tropas curdas: "Assim como o EI ficou de fora deste cessar-fogo, o PYD e YPG (partido e milícias curdo-sírias) deveriam ficar de fora", disse Erdogan (Azad Lashkari/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 13h31.

Ancara - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, expressou nesta quarta-feira um cauteloso apoio ao cessar-fogo estipulado para a Síria, mas pediu que as milícias curdas sejam incluídas entre os "grupos terroristas" excluídos da medida pactuada entre Rússia e Estados Unidos.

"Assim como o EI ficou de fora deste cessar-fogo, o PYD e YPG (partido e milícias curdo-sírias) deveriam ficar de fora", disse Erdogan em discurso antes de um evento administrativo em Ancara, transmitido pela emissora turca "NTV".

O cessar-fogo entre o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, e os grupos rebeldes, negociado por EUA e Rússia, entrará em vigor na meia-noite de sábado, mas exclui o EI e a Frente al Nusra, vinculada à Al Qaeda.

"Todo mundo deveria aceitar uma verdade: que o PYD/YPG é uma extensão da organização terrorista PKK", o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (a guerrilha curda da Turquia), insistiu Erdogan.

"O que é preciso para que se aceite que o PKK e o PYD são organizações terroristas? Que explodam mais bombas não em Ancara, mas em outras capitais? Pode haver tanta falta de escrúpulos, de sensibilidade?", questionou o presidente turco.

A Turquia considera o PYD uma filial do PKK e vê com preocupação suas conquistas territoriais no norte da Síria e a possibilidade de criar uma administração, o que poderia despertar reivindicações na população curda da Turquia.

EUA e Rússia se negam a considerar o PYD "terrorista", e aceitam sua cooperação na luta contra o EI.

Paralelamente à questão do PYD, Erdogan expressou reservas sobre a aplicação prática do cessar-fogo, que qualificou de "óbvio desenvolvimento positivo".

"Mas é preocupante que neste cessar-fogo, que oferece um evidente e forte respaldo ao regime de Assad, responsável por massacrar meio milhão de seus cidadãos, e a quem o apoia, seja utilizada uma linguagem tão ambígua quando se fala da oposição", acrescentou.

"Se for a Rússia, o regime de Assad e estruturas como o PYD/YPG que decidirem quem é a oposição em cada região, então estamos em uma situação nefasta", destacou Erdogan.

"Preocupa-nos que esta situação, que dá a impressão de colocar carrascos e vítimas no mesmo saco e entregar o controle aos carrascos, poderia abrir a porta a mais tragédias", considerou Erdogan.

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