Tayyip Erdogan: no mês passado, o líder tusco criticou as exigências feitas por Arábia Saudita e seus aliados para restaurar as relações (Alexander Zemlianichenko/Pool/Reuters)
EFE
Publicado em 18 de julho de 2017 às 11h09.
Istambul - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, viajará no próximo domingo e na segunda-feira a Arábia Saudita, Kuwait e Catar para intermediar a crise entre os países do Golfo Pérsico, confirmaram nesta terça-feira fontes de presidência turca à Agência Efe.
Erdogan já havia anunciado esta viagem, mas ainda sem uma data, ao retornar da Cúpula do G20 em Hamburgo (Alemanha) na semana passada, e assinalou que pretendia realizar esforços para solucionar a crise depois que o quarteto árabe (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Bahrein) rompeu relações e impôs um bloqueio sobre o Catar.
"A solução será o diálogo. Após 15 de julho pode ser que haja uma viagem especial minha", disse o presidente turco na semana passada.
Agora, a presidência turca confirmou que esta viagem acontecerá no domingo e na próxima segunda-feira.
Apesar de a Turquia manter boas relações com a Arábia Saudita, Ancara se alinhou nesta crise claramente com o Catar, enviando não somente numerosos aviões e barcos com comida e outros produtos para aliviar o embargo saudita, mas também um contingente militar, em um claro gesto de apoio diplomático.
Desde o ano passado, a Turquia mantém um pequeno grupo de instrutores militares no emirado para treinar as forças cataris, mas, no fim de junho, enviou um novo contingente e o número de efetivos deve chegar a mil soldados.
Erdogan criticou no mês passado as exigências feitas por Arábia Saudita e seus aliados para restaurar as relações com o Catar, entre as quais estava o fechamento da base turca no emirado, ao considerar que elas ferem o direito internacional.
O presidente turco qualificou de "falta de respeito com a Turquia" a exigência do reino saudita e de seus aliados sobre o fechamento da base turca no Catar.
Em meados de junho, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Çavusoglu, viajou para Catar, Arábia Saudita e Kuwait para tentar resolver a crise, mas reconheceu que não obteve progresso.