O primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan: "o mais importante é o alcance que terá e como será executado", disse a respeito da delcaração (Adem Altan/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2013 às 14h02.
Bruxelas - O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, considerou nesta quinta-feira, de Haia, "positivo" o pedido do líder da guerrilha curda PKK, Abdullah Öcalan, a seus seguidores de abandonar a luta armada.
Erdogán, que faz hoje uma visita oficial à Holanda, se manifestou assim após saber do anúncio realizado pelo preso líder do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), segundo informou a agência holandesa de notícias "ANP".
"Acho que é um enfoque muito positivo e uma convocação muito positiva. Mas o mais importante é o alcance que terá e como será executado", indicou o primeiro-ministro turco depois de se reunir com a rainha Beatrix e o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.
Para Erdogan, é "muito importante" que se respeite o cessar-fogo, já que, "assim que ocorrer, todo o clima na Turquia e na região mudará. Acredito nisso muito sinceramente", disse.
Nessa linha, o político afirmou que se as pessoas "envolvidas no conflito armado saíssem do país, isso também traria calma".
O primeiro-ministro comentou, ainda, que esse cenário "significaria que os esquemas turcos de segurança já não precisariam agir". "A implementação do cessar-fogo é de suprema importância", enfatizou.
Por outro lado, lamentou que não tenham sido vistas bandeiras turcas em Diyarbakir, a capital do Curdistão turco em que dois deputados de uma legenda pró-curdos leram a mensagem de Öcalan, na qual pedia aos guerrilheiros para deixar as armas e marchar "fora das fronteiras" da Turquia.
"Na minha opinião isso é uma postura provocadora de pessoas que não se veem afetadas por esse processo", disse.
E acrescentou: "sou um primeiro-ministro que já disse em Diyarbakir que somos uma nação, uma bandeira, um Estado".
Segundo Erdogan, as expressões durante a manifestação em Diyarbakir "contrastam" com a carta enviada por Öcalan da prisão, onde cumpre condenação a prisão perpétua.
O PKK pegou em armas em 1984 para reivindicar os direitos dos mais de 12 milhões de curdos que habitam a Turquia. Desde então, aproximadamente 45 mil pessoas morreram nos confrontos entre os milicianos e as forças de segurança turcas.