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Erdogan chama Israel de país mais fascista e racista do mundo

O presidente turco criticou a polêmica lei aprovada na semana passada, que define Israel como o Estado-nação do povo judeu

O premiê israelense reagiu afirmando que a Turquia está se tornando uma "sombria ditadura" (Wolfgang Rattay/Reuters)

O premiê israelense reagiu afirmando que a Turquia está se tornando uma "sombria ditadura" (Wolfgang Rattay/Reuters)

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AFP

Publicado em 24 de julho de 2018 às 09h31.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, classificou Israel, nesta terça-feira (24), de país "mais fascista e racista do mundo", após a votação no Parlamento israelense, na semana passada, de uma lei que define aquele país como "o Estado-nação do povo judeu".

"Esta medida demonstrou, sem deixar lugar para dúvida, que Israel é o Estado mais sionista, mais fascista e mais racista do mundo", disse Erdogan em um discurso para sua bancada parlamentar em Ancara, enquanto alguns deputados gritavam "maldita seja Israel".

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, reagiu, afirmando que o país de Erdogan está se tornando uma "sombria ditadura".

"Erdogan massacra sírios e curdos e prende dezenas de milhares de turcos (...) Sob seu poder, a Turquia se torna uma sombria ditadura", criticou Netanyahu em um comunicado.

"Israel defende com constância a igualdade de direitos de todos os cidadãos, antes e depois da votação desta lei", completou Netanyahu.

O texto adotado na última quinta-feira pelo Parlamento israelense designa o "Estado de Israel como o Estado-nação do povo judeu, onde este aplica seu direito natural, cultural, religioso, histórico". Afirma ainda que "o direito de exercer a autodeterminação dentro do Estado de Israel está reservado unicamente ao povo judeu".

Na semana passada, o governo turco já havia criticado esta lei, acusando as autoridades israelenses de tentarem instaurar um "Estado de Apartheid".

"O espírito de Hitler que conduziu o mundo para uma grande catástrofe voltou a florescer entre alguns dirigentes israelenses", declarou Erdogan nesta terça.

"Faço um apelo ao mundo muçulmano, à comunidade cristã, a todos os países, organismos, ONGs, jornalistas democratas e defensores das liberdades no mundo a passar à ação contra Israel", acrescentou.

Estas declarações foram dadas em meio às tensões entre Israel e Turquia, que critica regularmente a política israelense em relação aos palestinos, ou aos lugares de culto muçulmanos em Jerusalém.

Em maio, Ancara expulsou temporariamente o embaixador de Israel na Turquia pela morte de mais de 60 palestinos nas mãos de soldados israelenses na fronteira com a Faixa de Gaza, em manifestações contra a transferência da embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém.

O presidente turco, ferrenho partidário da causa palestina, acusou Israel de "terrorismo de Estado" e de "genocídio".

Essas turbulências diplomáticas podem pôr fim à frágil normalização das relações entre os dois países, depois de uma grave crise provocada por um ataque israelense contra o barco de uma ONG turca que seguia para a Faixa de Gaza em 2010.

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