Tayyip Erdogan: "Ninguém tem direito de brincar com o destino de bilhões de pessoas apenas por capricho pessoal", ressaltou o presidente (Darren Ornitz/Reuters)
EFE
Publicado em 6 de dezembro de 2017 às 14h54.
Última atualização em 6 de dezembro de 2017 às 14h56.
Istambul - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, advertiu nesta quarta-feira que a transferência da embaixada americana em Israel de Tel Aviv para Jerusalém "só jogará gasolina no fogo dos terroristas".
"Quero fazer uma chamada a todo o mundo: é preciso abster-se de passos que mudem o status jurídico de Jerusalém. Um passo assim só jogará gasolina no fogo dos terroristas", disse Erdogan.
O presidente turco fez estas declarações durante um pronunciamento à imprensa junto ao rei Abdullah II da Jordânia, que acrescentou que "estas posturas não ajudam na luta antiterrorista", segundo informou a emissora turca de notícias "NTV".
"No assunto da sacralidade e da conservação histórica de Jerusalém pensamos o mesmo que a Jordânia", declarou Erdogan.
"Um passo em falso a respeito do status de Jerusalém provocaria uma reação do mundo islâmico. Dinamitaria os fundamentos da paz. Atiçaria as chamas de novos combates", alertou.
"Ninguém tem direito de brincar com o destino de bilhões de pessoas apenas por capricho pessoal", ressaltou o presidente turco.
"A estabilidade no Oriente Médio ganhará forma por meio de uma Palestina independente com capital em Jerusalém Oriental", completou Erdogan.
Por sua parte, o rei Abdullah II também destacou que "não há alternativa à solução dos dois Estados".
"A estabilidade de toda a região depende disto. Ontem estive em contato com o presidente americano. Expressamos nossas preocupações com a decisão a respeito do Jerusalém. Temos que trabalhar rápido. Os palestinos e os israelenses devem assinar um acordo de paz entre eles", frisou o monarca.
Abdullah da Jordânia, que chegou de manhã a Ancara e jantará com Erdogan esta noite, confirmou que na próxima quarta-feira voltará à Turquia para a cúpula extraordinária da Organização para a Cooperação Islâmica, convocada hoje por Erdogan.
A comunidade internacional não reconhece Jerusalém como capital de Israel nem a anexação da sua parte oriental, ocupada em 1967.
Israel considera essa cidade como sua capital "eterna", mas os palestinos querem que Jerusalém Oriental seja a capital do Estado que tanto aspiram.