Bombeiros tentam apagar o fogo de uma fábrica: o líder comparou o atual conflito de Gaza com o do ano de 2008, que aconteceu semanas antes das eleições em Israel (Ahmed Zakot/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de novembro de 2012 às 16h21.
Istambul - O primeiro-ministro da Turquia, o islamita moderado Recep Tayyip Erdogan, criticou Israel nesta sexta-feira pelos ataques contra o lado palestino da faixa de Gaza e acusou o governo desse país de agir com interesses eleitoreiros.
"Antes das eleições (de janeiro), estão disparando contra essa gente inocente em Gaza por razões que são inventadas", disse Erdogan em entrevista em Istambul.
"A Turquia está com nossos irmãos em Gaza e com a legítima causa do povo palestino. Minha intenção é falar na noite de hoje com (o presidente dos Estados Unidos, Barack) Obama para comunicá-lo sobre isso pessoalmente", acrescentou o primeiro-ministro turco.
Erdogan também revelou que pediu uma reunião com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
"Quero que o Conselho de Segurança das Nações Unidas tome as decisões necessárias, e que as potências mundiais ponham fim a este ataque de Israel", afirmou o primeiro-ministro.
"Já não temos qualquer relação com Israel", lembrou Erdogan para explicar por que não procurou diretamente o governo israelense, com o qual a Turquia manteve durante anos uma estreita relação estratégica e militar.
Esta relação foi suspensa depois do violento ataque israelense à chamada "Flotilha da Liberdade", que seguia rumo a Gaza, em maio de 2010.
O líder comparou o atual conflito de Gaza com o do ano de 2008, que aconteceu semanas antes das eleições em Israel.
Erdogan, que viaja amanhã ao Cairo, também prometeu conversar sobre o conflito com o presidente egípcio, Mohammed Mursi, mas negou que tivesse intenção de entrar em Gaza.
Organizações islamitas turcas convocaram para hoje em Istambul uma manifestação de protesto contra Israel.