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Era do ebola faz companhias aéreas tomarem precauções extras

As tripulações estão mantendo os aviões na pista até terem certeza de que a doença de um passageiro não é a do vírus mortal


	Aviões: sete voos para Paris, o segundo centro mais ativo da Europa, foram isolados temporariamente
 (Pascal Le Segretain/Getty Images)

Aviões: sete voos para Paris, o segundo centro mais ativo da Europa, foram isolados temporariamente (Pascal Le Segretain/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2014 às 14h53.

Atlanta e Londres - As companhias aéreas estão se adaptando a uma realidade da era do ebola: as tripulações estão mantendo os aviões na pista até terem certeza de que a doença de um passageiro não é a do vírus mortal.

Sete voos para Paris, o segundo centro mais ativo da Europa, foram isolados temporariamente para verificação de doenças de passageiros. Especialistas em quarentena dos EUA revisaram o dobro de passageiros doentes nas últimas duas semanas na comparação com um ano atrás e o número de aeroportos que seguirão os passos do Kennedy de Nova York e adicionarão testes de ebola nesta semana se quadruplicará.

Apesar de nenhuma avaliação ter detectado uma infecção com ebola, elas refletem a precaução adicional tomada pelas companhias aéreas e o aumento das tensões para os funcionários.

Os riscos foram acentuados pelo primeiro caso de ebola diagnosticado nos EUA, um liberiano que chegou após passar de avião por Bruxelas, Washington e Dallas.

“Sempre que alguém apresentou sintomas durante um voo, o ebola foi uma das maiores preocupações”, disse T.J. Doyle, diretor médico da STAT-MD, com sede em Pittsburgh, que trabalha com a Delta Air Lines Inc. e cerca de outras vinte operadoras.

A perspectiva de uma infecção com ebola no espaço confinado de um avião também está redirigindo o foco para a limpeza das cabines. Neste mês, os Centros para Controle e Prevenção de Doenças lembraram às equipes de limpeza das companhias aéreas a necessidade de serem meticulosas, especialmente na desinfecção de superfícies próximas de qualquer passageiro doente.

Revisões em Heathrow

O aeroporto Heathrow de Londres começou anteontem a revisar alguns passageiros que chegavam dos países africanos afetados pelo ebola, implementando as precauções mais estritas da Europa. Todos os terminais de Heathrow terão testes até o fim da semana.

Em Londres, o aeroporto de Gatwick e o terminal de St. Pancras de serviços do trem Eurostar de Paris e Bruxelas também adicionarão controles na semana que vem.

O ebola matou mais de 4.000 pessoas até o dia 8 de outubro, quase todas elas na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné, na África Ocidental, segundo os CDC.

Nem Heathrow nem os aeroportos americanos têm serviços diretos para os países devastados pelo ebola. Os testes nos EUA e no Reino Unido se focam nos passageiros que fazem conexões, como no caso de Thomas Eric Duncan, o homem infectado com ebola que foi até Dallas pela United Airlines em setembro. Ele morreu na semana passada.

Os testes de voos iniciados na semana passada no aeroporto Kennedy nos EUA abrangem passageiros da Guiné, de Serra Leoa e da Libéria. Os aeroportos Newark Liberty de Nova Jersey, O’Hare de Chicago, Dulles de Washington e Hartsfield de Atlanta serão os próximos a implementar exames de passageiros.

Especialistas em quarentena dos CDC foram chamados 17 vezes para avaliar a doença de passageiros nas duas semanas terminadas em 30 de setembro, segundo o porta-voz Jason McDonald. O número se compara com sete casos do tipo há um ano.

Exames de passageiros

As companhias aéreas estão aplicando o ditado “melhor prevenir do que remediar” à abordagem de doenças suspeitas a bordo.

No dia 13 de outubro, cinco passageiros com sintomas similares aos de uma gripe foram expulsos de um jato da Emirates Airline em Boston, três dias depois de um avião da Delta ter sido retido temporariamente no aeroporto de Las Vegas devido à preocupação de que um passageiro a bordo tivesse ebola.

A STAT-MD, consultora médica que trabalha com companhias aéreas, recebe chamadas de membros de tripulações com frequência. “Temos recebido duas, três ou quatro por dia nos últimos dez dias”, disse Doyle, o diretor médico.

Os aeroportos europeus que ainda têm voos para as regiões da África Ocidental afetadas pelo ebola dependem das revisões no ponto de partida e no caminho.

Entre estes está o aeroporto Charles de Gaulle em Paris, de onde a Air France voa para Conacri, a capital da Guiné. Lá, as precauções contra o ebola se limitam a cartazes que alertam os viajantes sobre a doença.

“A nossa prioridade é lutar contra a propagação do ebola e proteger o público britânico da doença”, disse o governo britânico em um comunicado. “Lamentamos os inconvenientes para os passageiros, mas estamos fazendo o que é correto”.

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