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"Era de ouro dos EUA começa agora", diz Trump na posse de seu segundo mandato como presidente

Republicano tomou posse para seu segundo e último mandato no cargo máximo do país nesta segunda-feira, 20, e anunciou estado de emergência nacional na fronteira com México

Donald Trump e Joe Biden no juramento de posse do presidente eleito  (Chip Somodevilla / POOL / AFP/AFP)

Donald Trump e Joe Biden no juramento de posse do presidente eleito (Chip Somodevilla / POOL / AFP/AFP)

Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 14h25.

Última atualização em 20 de janeiro de 2025 às 15h05.

Donald Trump fez, pela segunda vez, o juramento presidencial e tomou posse como presidente dos Estados Unidos nesta segunda-feira, 20. Logo no início de seu discurso na volta ao cargo, ele deu o tom do que se pode esperar de seu governo:

"A era de ouro dos EUA começa agora", disse.

Em seguida, Trump elencou uma série de medidas. A primeira a ser anunciada, amplamente esperada, foi o anúncio de um estado de emergência nacional na fronteira dos EUA com o México.

"Assinarei uma série de ordens executivas. Com elas, iniciaremos a restauração dos EUA e a revolução do senso comum", disse. "Em primeiro lugar, declararei emergência na fronteira do Sul [dos EUA]. Todas as entradas ilegais serão impedidas e vamos começar o processo de retornar milhões de imigrantes ilegais de volta ao lugares de onde vieram."

Segundo ele, voltará a vigorar uma política de seu mandato, a "Fique no México". "Acabarei com a prática de 'pegar e soltar'. E enviarei tropas para a fronteira para repilar a desastrosa invasão de nosso país", afirmou.

Em sua fala, cujo tom soou mais sombrio do que o utilizado em comícios pelo país, Trump abordou os principais pontos de seu novo mandato e tocou em temas como imigração, doutrinação em escolas, o uso "bélico" do Departamento de Justiça, entre outros assuntos.

"A América será ainda melhor, mais forte e mais excepcional do que nunca antes. Eu retorno à presidência confiante e otimista que estamos no começo de uma nova era de sucesso nacional", afirmou Trump.

O republicano construiu seu discurso em cima de um sentimento difuso de parte da sociedade americana de que o país vive uma crise de confiança, e que as instituições não são capazes de responder às necessidades. "Estamos enfrentando uma crise de confiança, por anos as instituições corruptas extraíram poder e riqueza dos nossos cidadãos enquanto os pilares da nossa sociedade foram quebrados", afirmou.

Reversão de medidas de Biden

Trump prometeu, logo de cara, suspender uma série de medidas do presidente anterior, Joe Biden, começando pela área de energia.

"Vamos declarar uma emergência nacional energética. Vamos furar, baby, furar", disse. Trump diz que aumentar a produção de combustíveis nos EUA ajudará a baixar a inflação. A plateia que acompanha o discurso de Trump na Rotunda, dentro do Capitólio, levantou em peso para aplaudir neste momento.

Além disso, Trump prometeu acabar com medidas de inclusão e diversidade e de combate à desinformação, que chamou de censura. Ele ainda prometeu readimitir miltares que foram afastados por se recusarem a tomar a vacina da Covid.

O novo presidente fez diversas críticas ao governo Biden. Disse que ele não conseguiu resolver problemas no país nem no exterior. "Este governo deu fundos ilimitados para defender fronteiras no exterior, mas se recusa a defender os eleitores americanos", afirmou, em aparente referência à Ucrânia.

Retomar Canal do Panamá

Ao falar sobre a área internacional, Trump disse que quer ser um pacificador, mas logo em seguida fez ameaças ao Panamá e prometeu tomar o Canal do Panamá de volta. A ligação marítima foi construída pelos Estados Unidos, que controlou a área por quase um século e repassou a área ao governo do Panamá em 1999.

"Temos sido tratados muito mal pelo presente que nunca devia ter sido dado, e as promessas do Panamá para nós foram quebradas. Navios americanos tem sido severamente sobretaxados e não são tratados de forma justa. A China está operando o Canal do Panamá. Não o demos para a China. Demos para o Panamá, e vamos tomá-lo de volta", disse.

Posse a portas fechadas

Trump tomou posse dentro do Congresso, e não do lado de forado prédio, como é tradição, por causa do forte frio em Washington. A cidade tem temperaura abaixo de zero, com sensação térmica de -10 e fortes ventos.

O espaço da Rotunda, onde a posse foi realizada, tem capacidade reduzida. Assim, apenas convidados de Trump e membros do Congresso e do Judiciário presenciaram o evento. Trump convidou bilionários como Elon Musk, Rupert Murdoch, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos, que ficaram em uma área VIP.

Com a mudança, Trump não terá eventos ao ar livre e não interagirá com a multidão nas ruas. Em vez de uma parada após a posse, ele fará um discurso na Capitol One Arena, horas depois da posse.

Enquanto Trump fazia seu juramento de posse dentro do Congresso, centenas de apoiadores ainda faziam fila para entrar no arena. Não havia telões para quem estava na fila ou do lado de fora ver a cerimônia de posse.

A situação estava bem mais organizada que no domingo, 19, quando o republicano fez um comício final, no mesmo lugar. Apesar de se estender por mais de seis quarteirões, a fila andava a passos rápidos.

"Esperei quatro horas na fila", disse Gabriela, que veio de Los Angeles, enrolada em uma bandeira de Trump, já perto da entrada. Apesar de a fila andar rápido, não estava claro se todo mundo que estava na fila, que se estendia por quarteirões, caberia na arena.

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